MANAUS – A pedido da coligação do candidato ao governo do Amazonas David Almeida (PSB), o juiz auxiliar do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), Victor Liuzzi, suspendeu a divulgação de uma pesquisa eleitoral elaborada pela Action Pesquisas de Mercado (A F SOARES MARKETING E PESQUISAS DE MERCADO LTDA – EPP).
Na representação, os advogados da coligação “Renova Amazonas” alegam que o registro da pesquisa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) “está eivado de irregularidades”, e por isso em desacordo com o que dispõe a Resolução TSE 23.549/2017. A decisão de Liuzzi foi divulgada nesta sexta-feira (31).
No processo, os advogados alegam ausência de ponderação quanto ao grau de instrução e nível econômico dos eleitores consultados; a não apresentação da estratificação quanto ao grau de instrução e nível econômico dos respondentes; a não disponibilização dos cartões discos; a não indicação da fonte pública dos dados utilizada para confecção do plano amostral e simulação do segundo turno de maneira tendenciosa.
Para o juiz, “ao menos em sede de cognição sumária”, a pesquisa está mesmo em desacordo com a Resolução TSE nº 23.549/2017. “Destacando-se, dentre outras irregularidades, a ausência de arquivo contendo o disco com nome dos candidatos a ser utilizado na pesquisa e falta de indicação da fonte pública dos dados utilizadas”, completou Liuzzi na decisão.
Outro lado
O proprietário da Action Pesquisas de Mercado, Afrânio Soares, contesta os argumentos dos advogados da coligação. E disse que o juiz mudará a decisão quando tiver acesso à defesa da empresa. A pesquisa seria divulgada no próximo domingo (2).
Segundo Afrânio, a exigência de que se faça simulação de 2º turno entre vários candidatos é um exemplo do tipo de medida impraticável que os advogados de David cobram na representação.
“Nessas pesquisas para presidente que são publicadas: você já viu alguma vez uma simulação de 2º turno entre o Guilherme Boulos (PSOL) e o Cabo Daciolo (Patriota)? Não tem. Esse é um tipo de interpretação inexequível”, afirmou Afrânio.
O pesquisador diz que ao longo de sua história a empresa realiza pesquisas eleitorais custeadas por fundo próprio, o que lhe confere a isenção necessária para atuar na área e apresentar aos eleitores amazonenses o retrato momentâneo do cenário eleitoral.
“Nós temos a isenção para fazer isso (a pesquisa) e temos a história também a nosso favor. Essas ilações sem fundamento que os advogados fazem para tentar induzir o juiz são chover no molhado. Se não pudermos reverter no primeiro grau, vamos recorrer ao segundo grau”, afirmou Afrânio. A pesquisa seria divulgada no próximo domingo (2)./ L.P.