MANAUS – O secretário municipal de saúde de Tapauá e presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Amazonas, Januário Neto, afirmou nesta quarta-feira, 20, na ALE-AM (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas), que 600 mil pessoas no interior estão sem assistência médica básica.
O motivo, segundo Januário, foi a interrupção do convênio entre Cuba e o Brasil que permitia que médicos cubanos atuassem no programa “Mais Médicos”. Segundo o secretário, os novos editais lançados pelo Ministério da Saúde para a contratação de novos médicos não preencheram as vagas disponíveis no Amazonas.
“Há 23 municípios sem nenhum médico”, afirmou o secretário.
Januário disse que o Governo Federal precisa criar um programa permanente de alocação de médicos no interior, uma vez que não consegue preencher as vagas descobertas com a saída dos profissionais cubanos.
“O edital não atende a real necessidade do Amazonas. E hoje nós temos 600 mil pessoas sem assistência médica básica há três meses. A gente prevê um caos nas unidades hospitalares do interior”, disse Januário.
O secretário foi levado à ALE-AM pela deputada estadual Alessandra Campêlo (MDB). Ela defendeu uma cobrança à bancada federal para pressionar o Ministério da Saúde com relação ao assunto. “Temos que resolver o problema porque nossa população está sem médico. Ir imediatamente a Brasília. O Governo Federal vai ter que dar conta desse problema”, disse a deputada.
Cuba decidiu retirar os profissionais do Brasil após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) colocar em cheque a qualidade profissionais dos médicos cubanos e apontar supostas irregularidades na implantação do “Mais Médicos”. Até hoje, o governo não apresentou nenhuma prova.