MANAUS – O deputado federal José Ricardo (PT) protocolou na manhã desta terça-feira (12) requerimento para convocar o ministro Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), para que ele preste explicações das atividades de inteligência e monitoramento de bispos, padres e fiéis católicos que estão discutindo os temas do Sínodo da Pan-Amazônia nas igrejas do país.
“O governo deveria ajudar a Igreja Católica no combate à violência, e apoiar as várias iniciativas de luta que ela tem em defesa dos direitos sociais da população, ao invés de espionar, censurar, perseguir e ameaçar essa instituição que tanto tem ajudado o povo brasileiro”, disse José Ricardo informando que os escritórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em Manaus, Belém, Marabá, Porto Velho e Boa Vista, estão sendo mobilizados para acompanhar reuniões preparatórias para o Sínodo da Amazônia.
Reportagem do jornal “Estadão” publicada neste domingo (10) mostrou que o Palácio do Planalto, por meio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sob o comando do general Augusto Heleno, do GSI, recebeu relatórios de inteligência com detalhes das reuniões de preparação do Sínodo da Amazônia, encontro religioso convocado pelo papa Francisco para outubro, em Roma. A partir daí, o Governo Bolsonaro estaria monitorando autoridades e fiéis do catolicismo.
De acordo com documentos publicados pelo Palácio do Planalto, o presidente quer conter o que ele considera um avanço da Igreja Católica na liderança da oposição ao atual governo. Ele alega também que a Igreja é uma aliada do PT, já que o partido surgiu dela e dos movimentos sociais de massa, e por isso está se articulando para influenciar setores da sociedade acerca dos debates que são protagonizados pelo sigla.