MANAUS – Um mês depois de sair da prisão, o deputado estadual eleito, Saullo Vianna (PPS), escolheu as redes sociais para se comunicar com os eleitores e afirmar que está sendo “perseguido” por pessoas que querem tomar seu mandato no “tapetão”. Saullo passou cinco dias preso na Polícia Federal, após as eleições de 2018.
“Estou sendo perseguido. Estão tentando tomar no ‘tapetão’ o mandato que você me ajudou a conquistar. Hoje, o sentimento que eu tenho é de injustiça, de indignação e revolta. Venho aqui para poder afirmar que sou um homem digno. Hoje, aqui na minha casa, reúno forças para poder erguer minha cabeça e preservar a minha dignidade. Quero poder dizer para vocês: chega de perseguição. Vou lutar e fazer valer a sua confiança”, afirmou Saullo, nas redes sociais.
O deputado eleito pelo PPS foi preso temporariamente pela Polícia Federal na manhã do dia 7 de dezembro de 2018, permanecendo na sede da PF na zona oeste de Manaus até o dia 12 do mesmo mês. Na ocasião, o Ministério Público Federal (MPF), autor do pedido de prisão, informou em nota que o político era investigado pelos crimes de corrupção e de associação criminosa.
O processo corre em segredo de justiça. O que se comenta nos bastidores é que o caso tem relação com a prisão de um servidor do TRE-AM, no primeiro turno das eleições.
O servidor foi preso após denúncia de que estava prometendo adulterar urnas em benefício de candidaturas mediante pagamento. No vídeo, Saullo afirma não ter “padrinho político” e que não sabia “que essa nova forma de pensar na política iria incomodar tanto”.
“Meu amigo, sei que me recolhi, mas os últimos meses foram de muita tristeza e sofrimento para mim e para minha família. Eu não tenho padrinho político, a minha família não é tradicional e eu sempre ralei muito para poder conquistar tudo na vida. Decidi ser deputado para poder ajudar as pessoas, só não sabia que essa nova forma de pensar na política iria incomodar tanto”, disse Saullo em outro trecho do vídeo.
Em entrevista no dia 17 de dezembro, antes da cerimônia de diplomação dos eleitos, da qual Saullo escolheu não participar, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), desembargador João Simões, informou que a Justiça Federal do Amazonas transferiu para a Justiça Eleitoral do Amazonas o processo que resultou na prisão do deputado estadual eleito.
Saullo obteve 27,8 mil votos nas eleições de 2018, o que lhe garantiu uma das 24 vagas da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM).