MANAUS – Em texto publicado no Facebook neste domingo (13), o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), fez uma defesa da reforma da previdência, criticou os sucessivos recuos do governo Bolsonaro e a capacidade de alguns ministros do novo governo, como Damares Alves (Mulher) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).
Para o tucano, o novo governo precisa ter coragem para fazer a reforma necessária na presidência.
“O Brasil precisa ter coragem de reformar a sua ultra-deficitária previdência. Estamos envelhecendo enquanto povo e, desgraçadamente, não conseguimos atingir o desenvolvimento pleno. Dentro em pouco teremos menos gente trabalhando que aposentadas e pensionistas”, escreveu o prefeito.
No texto, intitulado “Creio no Brasil”, o prefeito diz perceber a “insuficiência de quadros recém-nomeados” para os ministérios do governo Bolsonaro, mas nem por isso se posicionará no time dos que torcem contra o presidente do PSL.
Para Arthur, a recuperação econômica do Brasil passa por reformas como a da previdência e do sucesso das políticas da equipe econômica de Bolsonaro.
“Aposto no êxito da economia, que tem tudo para crescer duradouramente”, escreveu Arthur.
Lei abaixo a íntegra do texto:
CREIO NO BRASIL
O Brasil precisa ter coragem de reformar a sua ultra-deficitária previdência. Estamos envelhecendo enquanto povo e, desgraçadamente, não conseguimos atingir o desenvolvimento pleno. Dentro em pouco teremos menos gente trabalhando que aposentadas e pensionistas.
Se tivéssemos aprovado essa reforma ainda no período FHC, seríamos, já, um país mais forte e próspero. Como aconteceu no pequeno Chile, por exemplo…
Não reconhecer essa verdade equivale a tapar o sol com a peneira. Basta vermos a dupla de trapalhões da Venezuela, que considerava as reformas uma manifestação antipovo e antinação. Basta estudarmos o caso do bem intencionado Maurício Macri, na Argentina, que foi impedido de operar transformações profundas na economia do seu país pelas forças atrasadas que revivem o peronismo da 1a metade do século passado. Macri se elegeu em 2016 e no ano seguinte, o PIB argentino crescia 2,5%, embalado pela crença nacional e dos agentes financeiros internacionais.
O quadro atual é de perversa crise: inflação de 50%/ano; PIB decrescendo 6,7%, em ritmo de brutal recessão; maxidesvalorização cambial, com o dólar disparando sem cessar, desemprego de mais de 10% da População economicamente ativa. E a tendência, sem as reformas, é tudo isso piorar ainda mais,
Pousando no BRASIL, a expectativa média dos mercados é de crescimento positivo estimado em 2,7%. Se se concretizar a reforma da previdência, reduzindo o desemprego para 6 milhões de brasileiros (já foi de 15 milhões e está atualmente em 12), abrindo um ciclo de desenvolvimento que poderá durar 10 anos seguidos. Se as coisas acontecerem assim, duvidar do que ora afirmo seria semelhante ao grupo que não acreditou no Plano Real, no controle da inflação e na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Se o governo Bolsonaro, contudo, não conseguir reformar a economia, o quadro seria tétrico. O déficit primário disparará ainda mais – hoje está em R$ 139 bilhões orçados para este ano e todo o quadro de desalento se agravará. Com as reformas básicas e imprescindíveis, realizadas, porém, poderemos ter superávit primário logo em 2010, restaurando a credibilidade de nossa economia dentro e fora do Brasil.
Sou do time que torce a favor. Para mim, quanto melhor, melhor!
A articulação política do novo governo ainda não me convenceu, vejo muitas idas e vindas nas decisões presidenciais e sei como grande parte dos nossos congressistas de ontem e de hoje são arraigadamente antirreformistas.
Percebo a insuficiência de quadros recém-nomeados, a exemplo do ministro do Exterior e da ministra Damares, dos Direitos Humanos. Ela, privilegiadamente, consegue ver Jesus no pé da goiabeira e, desprivilegiadamente, acha que meninos devem vestir azul e as meninas, a cor rosa.
Enquanto ele, Ernesto Araújo, improvisa muito, sem se lembrar de três profissões que por estarem entre as mais mundo, não se podem dar a esse luxo; o soldado, em suas lutas imemoriais de conquista ou defesa de territórios, gente e riquezas; o diplomata, porque sempre existiu a necessidade de mediação dos conflitos e das beligerâncias e o padre, porque as civilizações todas se marcam pela presença marcante de lideranças religiosas.
Mas aposto no êxito da economia, que tem tudo para crescer duradouramente. É o reformista vencendo o medo das corporações e o atrasado percebendo que a “vitória” de suas teses seria sempre a derrota do futuro dos brasileiros.