MANAUS – Durante visita à Central de Medicamentos do Amazonas (CEMA) para verificar a situação do estoque de medicamentos no Estado, o governador Wilson Lima (PSC) informou à imprensa que o órgão possui R$ 2 milhões em medicamentos vencidos, e mais R$ 1,5 milhão de remédios que vão vencer em 60 dias.
“Eu tenho medicamentos vencidos. Tenho R$ 2 milhões de medicamentos estragados, que não servem, e nos próximos 60 dias eu vou ter R$ 1,5 milhão de medicamentos vencendo, só para se ter ideia de como a coisa vinha sendo tratada ao longo desses últimos anos”, declarou Wilson.
Segundo o governador, o estado está fazendo compras emergenciais, sem licitação, de alguns medicamentos para evitar o desabastecimento. De acordo com Wilson, nesta quarta-feira (9), houve uma compra de analgésicos nestas circunstâncias. O valor não foi divulgado.
“Ontem tivemos que fazer uma compra emergencial de analgésico. No final do ano, durante o Natal e Reveillon, centros cirúrgicos pararam porque não havia anestésico, e nós tivemos que fazer essa compra emergencial, com dispensa de licitação, claro, informando aos órgãos de controle sobre a necessidade de fazer isso. Tem medicamentos que você pode estocar um mês, dois meses, um ano, e a gente tem que fazer esse planejamento, pelo que a gente percebe não existia esse planejamento aqui. Há muito tempo que não há controle do que entra e do que sai aqui”, avaliou Wilson.
Entre as propostas de campanha de Wilson, estavam a garantia do abastecimento de medicamentos nas unidades hospitalares da capital e do interior e a implantação do Programa Farmácia Popular do Amazonas, com medicamentos dirigidos à atenção básica na capital e interior, em parceria com universidades e centros de pesquisas. Outra medida proposta durante a campanha foi a criação do Programa Remédio em Casa, que contaria com a parceria das Forças Armadas, Correios, Cosems e Secretarias Municipais de Saúde do Interior.
Relatório de Transição feito pela equipe de Wilson apontou a “falta de insumos e medicamentos em todas as Unidades e CEMA (total de itens sem estoque 51,55%)”. Nesta quinta, o governador afirmou que há um desabastecimento de 75% na Central de Medicamentos.
Incineração
De acordo com o vice-governador e secretário de saúde Carlos Almeida, os produtos vencidos representam risco de contaminação. “Essa situação requer providências imediatas para a remoção desses medicamentos e para a adequada incineração. Está sendo feito um levantamento para comunicar a situação aos órgãos, inclusive de vigilância sanitária. Não podemos sujeitar ninguém aos riscos de uma possível contaminação, por conta da armazenagem inadequada de medicamentos ou insumos vencidos”, destacou.