MANAUS – Anunciado pelo governador eleito Wilson Lima (PSC) como futuro secretário de Segurança Pública (SSP-AM), o coronel Louismar Bonates, segundo reportagem da Folha de São Paulo, negociou uma espécie de “paz nas cadeias” no período de 2015, com o chefe da FDN, o narcotraficante José Roberto Fernandes Barbosa, conhecido como “Zé Roberto”. À época, Bonates era titular da Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária).
De acordo com a reportagem publicada no dia 5 de janeiro de 2017, a investigação sobre a FDN, batizada de Operação “La Muralla”, deflagrada em novembro de 2015 pela Polícia Federal e Ministério Público Federal, na qual a Folha teve acesso ao relatório, revelou que o comando da facção fez um acerto com o governo por volta de julho daquele ano, em uma reunião na biblioteca do Compaj.
A reunião teria sido revelada em interceptação de mensagens eletrônicas trocadas por Zé Roberto. Nela, de acordo com a reportagem, o líder da FDN conta ter recebido a garantia do coronel Bonates, então secretário de Administração Penitenciária da gestão José Melo, de que não seria transferido para um presídio federal.
Em troca da “paz nas cadeias”, o governo estadual atenderia, segundo a Folha, um “antigo pleito” para extinguir dois pavilhões do CDP (Centro de Detenção Provisória) comandados pela sigla rival PCC.
Depois da operação, Zé Roberto, Gelson Lima Carnaúba, o “Mano G” e João Pinto Carioca, o “João Branco” – todos líderes da FDN, foram transferidos para presídios federais.
Após a matéria da Folha, Bonates divulgou nota negando que tivesse negociado com a FDN, e que as denúncias partiam de uma fonte não confiável. O coronel pediu exoneração da Seap no dia 28 de setembro daquele ano.
Foi na gestão de Bonates que também veio a público, a existência de celas com “suítes” em presídio de Manaus. Um dos presos que tinha celas do tipo “suíte luxo” era Zé Roberto. Após o escândalo, as celas foram destruídas.
Leia a íntegra da matéria da Folha de São Paulo aqui.