MANAUS – O presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Amazonas (COSEMS-AM), Januário Neto, informou nesta segunda-feira (26) que os médicos brasileiros inscritos no Mais Médicos, até aqui, manifestaram interesse por apenas 30% da vagas do programa no interior do estado.
Segundo Januário, que é secretário do município de Manaquiri, o desinteresse dos médicos brasileiros preocupa e o risco de desassistência médica no interior após a saída dos profissionais cubanos é real.
“Apesar da veiculação de notícias de que 95% vagas (no país) já estão preenchidas, no Amazonas, hoje, somente 30% das vagas estão preenchidas. Em municípios como Santo Antônio do Içá, na região do Alto Solimões, não tem nenhum médico inscrito”, disse Januário.
A preocupação do presidente do COSEMS-AM foi externada durante reunião com o governador eleito Wilson Lima (PSC), na manhã desta segunda-feira. No encontro, Januário entregou ao futuro governador uma carta com reivindicações da categoria para a área de saúde no interior.
Balanço atualizado do Ministério da Saúde aponta que 97,2% das vagas do novo Edital do Programa Mais Médicos já foram preenchidas. Até às 12h desta segunda-feira, são 30.734 inscritos com registro (CRM) no Brasil. Há 322 vagas para o Amazonas. A inscrição vai até 7 de dezembro pelo site maismedicos.gov.br.
O governo cubano desistiu de seguir participando do programa no Brasil depois de declarações depreciativas do presidente eleito Jair Bolsonaro sobre o regime cubano e a qualificação profissional dos médicos.
Repasses
Além da atenção para o risco de falta de médicos no interior, o presidente do conselho incluiu entre as demandas dos secretários a Wilson Lima a continuidade de repasses às secretarias municipais.
Após acordo entre o COSEMS-AM e o governo Amazonino Mendes (PDT), as secretarias tiveram os repasses atualizados e voltaram a receber recursos diretos em suas contas, sem passar pela Secretaria de Estado de Saúde (Susam). Antes disso, havia município há 17 meses sem receber.
Segundo Januário, a resolução que permitiu regularizar o fluxo de repasses para as secretarias encerra sua vigência em dezembro, sendo preciso que o governo de Wilson Lima assuma o compromisso de seguir com o compromisso.
“Nós temos menos de 40 dias para resolver esse problema, que não vai custar mais de R$ 24 milhões aos cofres públicos, 0,10% do orçamento da saúde. Isso resolve o problema do interior, ainda com o pacto dos gestores de rediscutir esse problema. Em abrir a caixa preta do sistema de saúde para que o senhor fazer a intervenção necessária para que a gente possa mudar essa realidade”, declarou Januário a Wilson Lima.