MANAUS – A Prefeitura de Manaus informou que vai fazer um remanejamento de médicos para assegurar o atendimento aos usuários das oito Unidades Básicas de Saúde (UBSs) nas quais trabalhavam os profissionais cubanos do ‘Mais Médicos’, desligados do programa na última terça-feira, 20/11, por decisão do governo de Cuba. A equipe técnica da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), conforme o secretário Marcelo Magaldi, está elaborando uma escala para que duas vezes por semana outros médicos atendam a demanda dessas unidades até que seja finalizado o processo de seleção de novos profissionais.
“Nós, da prefeitura, lamentamos muito o desligamento desses médicos, até mesmo pela forma inesperada, sem planejamento ou aviso prévio, como ocorreu. São profissionais que chegaram, se adaptaram e passaram a integrar nossas equipes, oferecendo atendimento de qualidade e o que é melhor, de forma humanizada, naquilo que são especialistas, a prevenção”, informou Marcelo Magaldi, após receber, juntamente com a equipe técnica da Semsa e diretores de Distritos de Saúde, sete, os oito médicos cubanos que aguardam apenas as orientações para que retornem ao país de origem.
Durante a reunião, o secretário agradeceu, em nome do prefeito Arthur Virgílio Neto, o empenho e dedicação dos cubanos, que desde 2014 atuavam nas UBSs Arthur Virgílio, N-08, O-01, O-05, O-22, O-26, e dois na comunidade do ramal do Pau-Rosa, distribuídas nas zonas Norte, Oeste e Rural. “Estejam certos que vocês terão nosso eterno reconhecimento e que, por nós, permaneceriam em Manaus”, disse o secretário.
O médico Yetzan Gomez Leon chegou a Manaus, pelo Programa ‘Mais Médicos’, em março de 2014. No ano passado conseguiu renovar, por mais três anos, o contrato para permanência na cidade. Ele trabalhava na UBS N-08, no Novo Aleixo, onde assegurou ter tido uma excelente experiência. “Foi muito gratificante trabalhar nessa cidade. Todos nós aprendemos muito e transmitimos nosso conhecimento. Só temos a agradecer a acolhida e o carinho do povo de Manaus, do povo brasileiro. Fomos muito felizes aqui”, disse o médico.
O governo de Cuba disse que tomou a decisão de encerrar o programa Mais Médicos com o Brasil devido às declarações “ameaçadoras e depreciativas”do presidente eleito Jair Bolsonaro com relação aos profissionais.
O país caribenho tomou a decisão de solicitar o retorno dos médicos cubanos que trabalham atualmente no Brasil depois que Bolsonaro questionou a preparação dos especialistas, condicionou sua permanência no programa “à revalidação do diploma”e imp6os “como via única a contratação individual”.
As inscrições para reposição das vagas abertas, em todo o país, com o desligamento dos médicos cubanos, tiveram início nesta quarta-feira, 21. A expectativa, de acordo com o edital publicado pelo governo federal, é que na primeira semana do mês de dezembro, os novos profissionais já estejam trabalhando. O salário é de R$ 11.800 e, para os não residentes em Manaus, há ainda auxílio moradia e alimentação no valor de R$ 1.700.