MANAUS – O Facebook foi a rede social no Amazonas com maior ascensão de Fake News (notícias falsas) e de propagandas irregulares nesta eleição. No total, de acordo com balanço apresentado pelo Comitê de Combate às Fake News do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), de 194 demandas apreciadas, 116 tiveram como alvo publicações no Facebook.
Os dados foram apresentados durante a sessão do Pleno do TRE-AM, na manhã deste domingo (28). Além do Facebook, o Instagram foi alvo de 21 demandas; o WhatsApp sofreu 10 demandas; o Google outras sete e o Twitter, quatro.
Apesar das críticas à Justiça Eleitoral, a presidente do Comitê de Combate às Fake News, juíza Ana Paula Serizawa, avalia que o grupo agiu com rapidez em relação aos conteúdos denunciados na Internet.
“Nestas eleições, ficou bem caracterizado que a Internet veio para ficar, existiu muita propaganda usando a Internet, e em princípio ficou aquela dúvida sobre o que o Comitê faria, e acaba que o Comitê agiu tanto na prevenção quanto na repressão nas mídias sociais para que os conteúdos fossem rapidamente retirados e também para identificar as pessoas que postagem tentando se valer do anonimato. Então, penso que existiram muitas críticas ao TRE-AM, mas essas críticas foram bem dirimidas”, disse Serizawa.
O tempo médio de resposta do Comitê, segundo o secretário judiciário do TRE-AM, Walber Oliveira, foi de 23 horas para cada demanda.
Do total de demandas, 126 foram pedidos para exclusão de conteúdos; 33 pedidos de identificação de usuário; 26 foram para rastreamento de IP (Internet Protocol); 9 impulsionamentos.
Ainda faltam mecanismos de combate às Fake News, diz presidente do TRE-AM
Ao avaliar o trabalho da Justiça Eleitoral amazonense, o presidente do TRE-AM, desembargador João Simões, afirmou que ainda não há mecanismos necessários no combate às notícias falsas, sobretudo legislação.
“Houve um questionamento muito grande da sociedade sobre o que o TRE-AM fez em relação às Fake News, mas todos os processos foram julgados. Porém, nesse aspecto do combate às Fake News, temos que caminhar muito ainda, mas nós da Justiça Eleitoral ainda não temos mecanismos para combater essas notícias falsas. E nós vivemos numa democracia, não podemos fazer censura prévia, e nem agir como justiceiros. Nós temos que seguir o devido processo legal, mas no campo da Internet nós precisamos ainda de mecanismos legislativos para que nos possibilitem respostas mais rápidas, porque enquanto a verdade se veste a mentira já deu uma volta ao mundo”, comentou o desembargador.