MANAUS – A juíza federal Ana Paula Serizawa, da 4ª Vara da Justiça Federal do Amazonas, transformou em prisão preventiva a prisão temporária do empresário Thyago Villa Maués de Melo, foragido da Polícia Federal (PF) no âmbito da operação Cashback, que investiga desvios milionários da saúde do Estado.
De acordo com a investigação, Thyago era o administrador, ao lado de Débora Moraes Gomes de Melo, da empresa CSP – Confiança Segurança Patrimonial Ltda, utilizada pelo então deputado Sabino Castelo Branco, para desviar recursos da saúde.
Débora e Thyago tiveram responsabilidade por desvios praticados por meio da empresa no valor de R$ 1,8 milhão.
“Essa prática, vale dizer a circulação de recursos entre as empresas (TOTAL SAÚDE e CSP) e a pessoa física (DEBORA), configura clara tentativa de simular operações econômicas para escamotear a verdadeira natureza e origem criminosa dos recursos o que revela o estreito afinamento entre os investigados DÉBORA e THYAGO com os propósitos perseguidos pela organização criminosa”, diz o delegado da PF, responsável pelas investigações, Alexandre Teixeira dos Santos, em trecho da representação apresentada à Justiça Federal.
Thyago, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), fugiu de sua residência às vésperas da operação, realizada no dia 11 de outubro. Maués teria inclusive ocultado e destruído provas e bens que teriam sido adquiridos de forma ilegal. Vizinhos do empresário disseram aos policiais que um dia antes da operação, ele fugiu do local levando caixas com conteúdo que não foi identificado.
Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão no apartamento de Mués, localizado no condomínio Jardim Itália, não foram encontrados qualquer aparelhos eletrônicos, sendo descoberto mais tarde que Thyago morava de fato em outro apartamento no mesmo condomínio, onde foram apreendidas diversas chaves de motos e carros, além de caixas de armas de fogo.
“Existindo base concreta para a decretação da prisão preventiva, não há outro caminho que não seja o deferimento do pedido formulado pelo órgão ministerial”, disse Serizawa em trecho da decisão assinada nesta terça-feira (16).