Da Redação – A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) julga na quarta-feira (15) os recursos contra a decisão do próprio STJ que transformou em réu o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), no âmbito da ação penal nº 993.
Na ação, Wilson e mais 13 pessoas, entre elas o vice-governador Carlos Almeida Filho (PSDB), são acusados de supostos crimes praticados na compra superfaturada de ventiladores pulmonares (respiradores) destinados ao tratamento de vítimas da Covid-19 no estado.
Wilson e os demais acusados se tornaram réu na ação no dia 20 de setembro deste ano, quando a denúncia contra os investigados foi aceita por unanimidade dos ministros da Corte Especial do STJ.
Na última sexta-feira (10), o STJ incluiu os recursos, entre eles o da defesa de Wilson, para julgamento da Corte na sessão da próxima quarta-feira.
Marcada para iniciar às 8h, no horário de Manaus, a sessão será realizada por videoconferência e será transmitida pelo pelo canal do STJ no YouTube.
Quem acompanha o dia a dia do Judiciário julga muito difícil que os recursos prosperem e mudem o resultado do julgamento.
O Ministério Público Federal (MPF) imputa ao governador os delitos de dispensa irregular de licitação, fraude a procedimento licitatório, peculato, liderança em organização criminosa e embaraço às investigações.
Além de Wilson e Carlos, estão entre os réus ex-secretários estaduais, servidores públicos e empresários.
Quando analisou a denúncia, o STJ rejeitou a denúncia contra a ex-secretária de Saúde Simone Papaiz e contra o servidor Flávio Cordeiro – nesses dois casos, a corte entendeu não haver provas suficientes para admitir a acusação.
No dia 20 de setembro, quando se tornou réu, o governador declarou, em nota, que nunca recebeu qualquer benefício e que as acusações não têm fundamento.
“As acusações contra mim não têm fundamento e tampouco base concreta, como ficará provado no decorrer do julgamento. Nunca recebi qualquer benefício em função de medidas que tomei como governador. A acusação é frágil e não apresenta nenhuma prova ou indício de que pratiquei qualquer ato irregular. Agora terei a oportunidade de apresentar minha defesa e aguardar, com muita tranquilidade, a minha absolvição pela Justiça. Tenho confiança na Justiça e a certeza de que minha inocência ficará provada ao final do processo”, declarou.
Quem são os réus:
- Wilson Miranda Lima (governador)
- Alcineide Figueiredo Pinheiro (servidora pública)
- Dayana Priscila Mejia de Sousa (servidora pública)
- Rodrigo Tobias de Sousa lima (servidor público)
- João Paulo Marques dos Santos (servidor público)
- Perseverando da Trindade Garcia Filho (servidor público)
- Ronald Gonçalo Caldas Santos (servidor público)
- Cristiano da Silva Cordeiro (empresário)
- Fábio José Antunes Passos (empresário)
- Luciane Zuffo Vargas de Andrade (empresária)
- Luiz Carlos de Avelino Junior (médico e empresário)
- Gutemberg Leão Alencar (empresário)
- Carlos Alberto Souza de Almeida filho (vice-governador)
- Márcio Souza de Lima (servidor público)