MANAUS – O ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol foi oficialmente exonerado do cargo de procurador da República, conforme publicação na edição do Diário Oficial da União desta sexta-feira (5). O documento cita que o procurador pediu a saída do cargo. A exoneração é retroativa à quarta-feira (3).
Ele, assim como o ex-juiz Sergio Moro, devem entrar oficialmente para a política partidária. Dallagnol publicou um vídeo em uma rede social anunciando que deixaria o Ministério Público Federal (MPF) após 18 anos. Na publicação, ele afirmou que os “instrumentos de trabalho para alcançar a justiça vêm sendo enfraquecidos”.
“Eu tenho várias ideias sobre como posso contribuir e eu serei capaz de avaliar, refletir e orar melhor sobre essas ideias depois de sair do Ministério Público”, disse.
O conselho entendeu que Deltan cometeu infração disciplinar por suposta tentativa de interferência na disputa.
A punição de censura, que atrasa a progressão de carreira dos procuradores, foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em março de 2021.
A atuação dele na Lava Jato, sem com tom político, também foi alvo de revelações e questionamentos.
A série de reportagens da Vaza Jato, do The Intercept Brasil, mostrou que o interesse de Dallagnol pela política partidária é antigo. O série expôs o conluio entre ele e outros procuradores da Lava Jato e o juiz Sergio Moro para condenar investigados, sem provas, inclusive o ex-presidente Lula, interferindo assim no processo eleitoral de 2018 – que resultou na eleição de Jair Bolsonaro (sem partido).
Ele também articulou a tentativa de criar um fundo bilionário com recursos recuperados pela operação para, entre outras coisas, promover “formação política”.
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