MANAUS – A deputada estadual Joana Darc (PL) apresentou uma Representação ao MP-AM (Ministério Público Estadual) contra Rodrigo Fernandes, por apologia ao crime de feminicídio. O denunciado se fantasiou de “Goleiro Bruno” durante uma festa de Halloween na casa de shows Porão do Alemão, na última segunda-feira (1º), em Manaus.
A casa de shows também foi denunciada pela parlamentar ao Ministério Público.
“E eu vim aqui para registrar o meu repúdio, para registrar que nesta Casa Legislativa esse fato não passará impune. Não é por conta de um crime de maior ou menor relevância, não é por conta de ser mimimi. É para mostrar para a sociedade que não é normal violentar mulher, que a gente precisa combater o feminicídio, que a gente precisa respeitar as famílias, que a gente precisa sair do discurso, sair das campanhas e ir para ação e denunciar atos e gestos como estes”, reforçou Joana Darc em discurso na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
A imagem do cliente fantasiado foi divulgada nos stories da página do Porão no Instagram, viralizou e, de imediato, causou revolta entre os usuários das principais redes sociais. A postagem logo foi retirada do ar, a casa de shows pediu desculpas e atribuiu culpa a um estagiário, que por ter 20 anos de idade não teria memória do caso brutal de homicídio ocorrido há 11 anos.
“No primeiro momento, pode até parecer uma brincadeira, uma fantasia de halloween. Mas essa imagem representa uma apologia ao crime de feminicídio. Ela representa um desrespeito a família de uma mulher que foi morta, estrangulada, esquartejada, que seu corpo foi dado para os animais comerem e que até hoje a família não teve o direito de enterrar o seu ente querido. Como mulher, como mãe, como deputada, eu fico muito indignada”, disse Joana Darc.
Caso Eliza Samúdio
A modelo e atriz Eliza Samúdio foi morta em 2010. Ela mantinha um relacionamento com o goleiro Bruno Fernandes, que foi condenado a 22 anos de prisão pela morte e ocultação do cadáver da mulher e pelo sequestro e cárcere privado do filho deles, Bruninho. O goleiro foi considerado o mandante do crime e confessou participação.
O corpo de Eliza nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido de Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.
Em relatos do próprio Bruno à Justiça, Eliza foi morta, esquartejada e seu corpo jogado cachorros comerem.