MANAUS – O ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou liminarmente o afastamento do governador do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), por seis meses, em face de suspeitas de pagamento de propina e obstrução das investigações.
Relator do caso, Campbell também autorizou mandados de busca e apreensão de duas operações deflagradas nesta quarta-feira (20) pela Polícia Federal, Éris e Hygea.
Segundo o site UOL, o governador foi afastado do cargo em razão da suposta obstrução de investigações sobre o combate à corrupção e pagamento de vantagens indevidas ao Plansaúde (Plano de Saúde dos Servidores do Estado do Tocantins).
De acordo com o STJ e a PF, as operações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal visam desarticular um grupo que tentava obstruir investigações que apuram irregularidades na cúpula do governo estadual.
“O teor das decisões proferidas pelo ministro relator dos inquéritos foi antecipado aos demais membros da Corte Especial do STJ, as quais serão submetidas ao colegiado para referendo”, informou o STJ, em nota.
O colegiado poderá votar para manter a decisão do afastamento do governador ou revogá-la.
Saiba mais
A operação Éris tem o objetivo de desarticular a organização criminosa dentro da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Tocantins, que teria obstruído investigações “utilizando-se de instrumentalização normativa, aparelhamento pessoal e poder normativo e disciplinar contra os policiais envolvidos no combate à corrupção”.
A PF ainda aponta que a secretaria é suspeita de divulgar dados de investigações em andamento aos próprios investigados.
Já a operação Hygea foca em desmantelar esquemas de propina ligadas ao Plansaúde e a estrutura criada para a lavagem de dinheiro, “assim como demonstrar a integralização dos recursos públicos desviados ao patrimônio dos investigados”.