MANAUS – Os empresários Joabson Agostinho Gomes e Jordana Azevedo Freire, apontados como mandantes do homicídio do empresário e sargento do Exército Brasileiro (EB), Lucas Ramon Silva Guimarães (29) foram presos na tarde desta terça-feira (21), ao se apresentarem à polícia.
O crime ocorreu no dia 1º de setembro deste ano, no bairro Praça 14 de Janeiro, Zona Centro-Sul de Manaus.
Uma operação foi deflagrada na manhã desta terça-feira pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), mas o casal não foi encontrado.
Somente no início da tarde, acompanhados de um advogado, o casal compareceu a uma delegacia.
Assassinado a tiros no início do mês em Manaus, o militar e empresário Lucas foi vítima de um crime passional, apontam as investigações da Polícia Civil do Amazonas detalhadas nesta terça-feira em entrevista coletiva à imprensa.
Lucas, que era casado com uma filha do dono do Hospital Santa Júlia, teria tido um caso extraconjugal com Jordana Azevedo Freire, esposa de Joabson Agostinho Gomes.
Segundo informou a delegada Marna de Miranda à imprensa mais cedo (enquanto o casal estava foragido), há indícios de que informações sobre a operação foram vazadas, uma vez que o casal saiu de casa ontem à noite acompanhado de advogados.
“Até aqui a investigação descobriu que a vítima, Lucas Ramon, estava mantendo um relacionamento extraconjugal com uma mulher também casada”, explicou a delegada à imprensa. A amante dele seria Jordana.
“Esse relacionamento extraconjugal foi descoberto e a partir dessa circunstância a vítima passou a sofrer diversas ameaças (de Joabson), o que inclusive interferiu no comportamento dela – que adquiriu arma de fogo, passou a ter segurança privada, devolveu parte de um dinheiro que a própria amante pedia para ele guardar no intuito de livrar-se. Mas, nenhum desses comportamentos ajudou muito”, acrescentou.
As investigações indicam que Joabson teve as motivações para cometer o crime (ele descobriu a traição e o repasse de dinheiro), mas não foi o executor. Com a anuência de Jordana, ele teria contratado uma terceira pessoa para cometer o assassinato e ainda não há pistas sobre quem seja o pistoleiro.
Saiba mais
Lucas era sargento da FAB, dono de uma gráfica e da cafeteria onde foi assassinado, no bairro Praça 14, com três tiros na cabeça. Segundo a delegada, Lucas não tinha envolvimento com nada ilícito.
A gráfica de Lucas prestava serviços para o supermercado Vitória. Desde 2020, ele tratava de assuntos de negócios diretamente com Jornada e partir de então passaram a ter um caso.
Joabson teria descoberto a traição conjugal e o repasse de dinheiro ao militar após ler troca de mensagens entre Lucas e Jordana no celular da esposa.
Foi aí que teria decidido contratar um pistoleiro para matar Lucas.
A polícia não tem certeza porque Jordana preferiu ficar ao lado do marido e fugir com ele. Uma das hipóteses é que ela teria concordado com a morte de Lucas para continuar casada com Joabson e, assim, não perder sua atual condição financeira. Outra é medo do marido, que tem fama se ser rude no trato pessoal.
A PC, no entanto, não descarta que a própria Jordana possa ter sido a mandante ao invés de Joabson.
As investigações seguem em andamento.
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