NOVA YORK – O ministro Marcelo Queiroga (Saúde) respondeu com um gesto obsceno – o dedo do meio – a um protesto de brasileiros em Nova York, nos EUA, na noite desta segunda-feira (20).
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Queiroga aparece em um micro-ônibus que transportava a comitiva do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que irá discursar nesta terça-feira (21) na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidades, e percebe a manifestação numa rua da cidade norte-americana.
O ministro da Saúde do Brasil levanta-se do banco do veículo e aponta o dedo médio para o grupo, chacoalhando as mãos sem parar.
Manifestantes também fizeram gestos obscenos aos integrantes do veículo. Um grupo de cerca de dez pessoas gritava palavras de ordem contra o mandatário, como “genocida” e “assassino”, em frente à residência da missão brasileira junto à ONU, no Upper East Side.
A comitiva de Jair Bolsonaro já havia observado uma manifestação de brasileiros nesta segunda-feira, durante um jantar na casa da embaixador brasileiro na ONU. Bolsonaro acenou – ele fez um sinal de “menos” com as mãos para o grupo, enquanto o ministro do Turismo, Gilson Machado, sorriu e apontou o celular para o grupo. Queiroga também acenou.
Segundo a Folha de S. Paulo, ao lado dos manifestantes estava um caminhão com um telão que havia circulado o dia todo pelas ruas de Nova York exibindo mensagens como “Bolsonaro is burning the Amazon” (Bolsonaro está queimando a Amazônia, em inglês). O veículo rondou os quarteirões vizinhos ao prédio onde o presidente estava durante o jantar.
“É um retrato do que esse governo é e de como é a sua gestão. Um ministro da Saúde que dá o dedo a uma manifestação pacífica não leva sua população a sério. Para eles, quase 600 mil mortes pela Covid é uma grande brincadeira”, disse à Folha Leticia Graça, uma das participantes do protesto que filmou o gesto obsceno de Queiroga.
O presidente não falou com a imprensa. Depois da confusão, os manifestantes deixaram o local.
Ao UOL nesta segunda-feira, o relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), informou que há uma perspectiva de que Jair Bolsonaro possa ser indiciado por genocídio pela morte de indígenas na pandemia e por mortes de Covid-19 em Manaus.
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