MANAUS – Ex-ministro de Minas e Energia, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) afirma que o o Brasil corre risco “seríssimo” de precisar racionar energia em outubro e novembro deste ano. A declaração foi dada ao site Poder 360 em entrevista publicada nesta sexta-feira (3).
Braga disse que faltou planejamento do governo federal e que, se não houver racionamento, haverá um déficit na conta de luz de R$ 24 a R$ 30 bilhões a serem cobertos possivelmente pelos consumidores.
“Primeiro, acho que o planejamento foi insuficiente. Porque nós deveríamos ter ligado há mais tempo, e num volume maior, as térmicas para que pudéssemos preservar o pulmão hídrico dos reservatórios das hidrelétricas”, disse o senador.
Braga afirma na entrevista ao site que é injusto que só os consumidores paguem a conta da crise hídrica causada pela escassez de chuvas e acionamento das usinas térmicas, mais caras.
“É preciso entender que para evitar o racionamento nós vamos precisar de mais recursos. E esses recursos, para não impactar a inflação, para não onerar ainda mais o consumidor, precisaria vir de um planejamento tributário para a geração de caixa no setor o para fazer frente ao aumento de despesas”, declarou.
O senador sugere atrasar o pagamento de tributos estaduais e federais que incidem sobre a conta de luz durante o período da estiagem para espaço na conta para comprar o excedente necessário de energia, sem precisar repassar o valor ao consumidor.
“Não estou falando, portanto, de renúncia fiscal. Estou falando de carência fiscal. Você faz um planejamento fiscal para você poder baixar o custo da energia nesse período hídrico e você poder botar energia mais cara sem aumentar a tarifa de energia elétrica”, disse.
Saiba mais
Em 2015, Braga, então ministro, apelou ao divino fazer chover, em uma situação que lembra a atual, de crise hídrica. “Deus é brasileiro e vai fazer chover e aliviar a situação dos reservatórios de água no Sudeste”, disparou à época, para a alegria da imprensa nacional, que estampou a frase, em tom crítico, à exaustão.
Confira a íntegra da entrevista neste link.
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