MANAUS – O terceiro bloco do debate com os candidatos ao governo do Amazonas realizado pela Band Amazonas na noite desta quarta-feira (12) foi marcado pelo confronto entre o governador e candidato à reeleição Amazonino Mendes (PDT) e o candidato do PSB, deputado estadual David Almeida.
O embate iniciou com David questionando o número de dispensas de licitações no governo de Amazonino, que segundo ele chegou a 625. “Estamos falando de aproximadamente R$ 500 milhões de reais, o que o senhor tem a dizer para o povo do Amazonas sobre isso?”, indagou David.
Ao responder, Amazonino classificou a declaração de David de “absurda”, e atacou David, dizendo que quando o deputado estadual governou interinamente o estado fez uma dispensa de licitação no valor de R$ 5 bilhões.
Amazonino se referiu ao contrato firmado no final da gestão de David, entre a Secretaria Estadual de Habitação (Suhab) e a empresa Ezo Soluções Interativas. O contrato é investigado pelo Ministério Público Estadual (MP-AM). O deputado estadual diz que os R$ 5 bilhões só seriam pagos à empresa se o governo chegasse a acessar mais de R$ 20 bilhões que a Ezo teria identificado de recursos devidos pela união ao estado.
“A propósito, Vossa Excelência quando estava à frente do governo do Amazonas, permitiu uma dispensa de licitação de R$ 5 bilhões, e foi só uma. Eu honestamente desconheço dispensas de licitações de R$ 500 milhões. O fato é que o estado está produzindo, trabalhando e sempre com o cumprimento legal e inarredável do compromisso que assumi, que é arrumar a casa”, disse Amazonino.
Na réplica, David declarou que Amazonino comprou sem licitação, por meio da Seduc, um livro que em São Paulo custa R$ 50 e em Manaus custa R$ 12,18. “Só nessa compra de R$ 11 milhões o desvio seria de R$ 9,5 milhões, se não fosse a Assembleia Legislativa. É por isso que faltam remédios nos hospitais, que falta dinheiro para a segurança”, disse David.
Amazonino retrucou afirmando que a Seduc não realizou a compra do livro. “E Vossa Excelência, me desculpe, me perdoe, se cala à frente de uma dispensa de licitação de R$ 5 bilhões, houve a tentativa de compra do livro com base em preço nacional. Mas mesmo assim eu mandei cancelar imediatamente, que em um governo correto é assim que se faz. Agora, eu não mandei fazer cirurgias superfaturadas, não fiz isso, não faço isso”, declarou.
David foi acusado de superfaturar contrato emergencial com o Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (Imed), no valor de R$ 8,4 milhões, para a realização de cirurgias. O sobrepreço é de R$ 7 milhões, segundo representação do Ministério Público de Contas. O documento determina a realização de 780 cirurgias. Cada procedimento sairia por R$ 10,8 mil.
Durante o episódio, o governo à época informou que o extrato do contrato foi publicado com um erro no Diário Oficial. E que as 780 cirurgias seriam realizadas por mês, e não ao final do prazo do contrato, que era de três meses.