MANAUS – O primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), reagiu à revelação do Estadão de que o ministro da Defesa, Braga Netto, teria feito ameaças de golpe caso o Congresso não aprove o voto impresso auditável para as eleições de 2022, a nova pauta do bolsonarismo.
Em nota, Marcelo Ramos afirmou que, numa democracia, “quem decide se tem ou não eleição não são os militares e sim a Constituição que eles juraram defender e cumprir”.
“Portanto, se realmente houve o episódio, o ministro da Defesa, Braga Neto, se afasta do seu juramento militar e envereda por um golpismo que precisa ser combatido duramente pela sociedade, pelos Poderes e pelas instituições democráticas”, completou.
“A notícia de que o presidente Arthur Lira foi claro ao presidente Bolsonaro se postando ao lado da Democracia e da Constituição é uma questão importante”, acrescentou, citando outro trecho da reportagem do Estadão.
A reportagem diz que, ao receber o recado do ministro via interlocutores, Lira procurou o presidente Jair Bolsonaro e disse, segundo interlocutores, que não contasse com ele para qualquer ato de ruptura institucional. Lira, por sua vez, afirmou se manter fiel ao presidente, mas não admitiria golpe.
À Globonews, Arthur Lira negou ter recebido a ameça. No Twitter, no entanto, ele não foi taxativo na negativa.
Braga Netto também negou. Disse que a decisão sobre o voto impresso cabe ao Legislativo, mas afirmou que a defesa do instrumento é legítima e que dá transparência ao processo.