MANAUS – A amazonense Bruna Chaves Brelaz, 26, foi eleita presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) neste domingo (19). Ligada à União da Juventude Socialista (UJS), do PCdoB, Bruna Brelaz será a primeira mulher negra a presidir a entidade.
Estudante de Direito, a nova presidenta nasceu em Manaus e é filha de trabalhadores autônomos. Ela foi a primeira de de sua família a entrar na universidade.
Iniciou sua trajetória no movimento estudantil secundaristas em 2011, quando lutou pela redução da tarifa do transporte pública. Na época, entrou para o grêmio do Instituto de Educação do Amazonas (IEA).
Em 2013, ingressou na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), no curso de Pedagogia por meio de cotas, onde continua ativa no movimento estudantil. Foi eleita tesoureira do DCE e logo depois presidente da União Estadual dos Estudantes do Amazonas (UEE-AM).
Em 2017, deixou Manaus para atuar na área executiva da UNE, na diretoria de Relações Institucionais, onde representou os interesses dos estudantes em Brasilia. Foi também Conselheira Nacional do CONJUVE e, em 2019, foi conduzida à tesouraria da UNE.
No domingo, alcançou o posto mais elevado da principal entidade representativa dos estudantes brasileiros, presente em grandes momentos da vida pública no país, como na redemocratização e no Fora Collor.
Em quase 100 anos de história de organização do movimento estudantil brasileiro, somente três amazonenses chegaram a presidir entidades nacionais estudantis. Selma Baçal presidiu a UBES entre 1985 e 1986. Yann Evanovick também foi presidente da UBES, de 2009 a 2011. E agora Bruna Brelaz na UNE, com mandato até 2023.
“Orgulho de fazer parte de uma entidade tão importante para o Brasil. Estou à disposição do nosso povo para dar voz aquelas pessoas excluídas historicamente dos espaços de poder. Seguiremos lutando pelos nossos direitos e pela educação, é com muito estudante organizado que vamos mudar os rumos do nosso país”, publicou Bruna, nas redes sociais.
“Este ano teremos o grande desafio de construir nossa própria avaliação das políticas de ações afirmativas e junto com movimento negro defender sua renovação e ampliação”, escreveu a nova presidenta da UNE.
“Não arredarei um milímetro da luta em defesa da universidade brasileira, da pesquisa e da ciência. Essa é a vocação da UNE e continuará sendo”, completou.
Bruna também publicou sobre suas origens. Disse que é de uma região muito rica cultural e naturalmente. “Sou manauara e torcedora do boi Caprichoso. Vi meu povo morrer sufocado, vi os indígenas sofrendo e a floresta pegando fogo”, escreveu. “A UNE vai lutar em defesa da Amazônia, do meio ambiente e dos povos originários!”, emendou.
Foto: Yuri Salvador/UNE