MANAUS – O presidente do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), conselheiro Mario de Mello, admitiu representação que denuncia a existência de supostos funcionários fantasmas no gabinete da deputada estadual Mayara Pinheiro (PP). Caberá à relatora, conselheira Yara Lins, decidir se acata ou não o pedido liminar de afastamento imediato dos servidores.
A admissão da representação foi publicada no Diário Oficial Eletrônico do TCE-AM da última sexta-feira (9). A denúncia é assinada por Raione Queiroz, que já havia denunciado a existência de fantasmas no gabinete de Mayara em maio – denúncia que resultou em exoneração dos denunciados. Raione é um dos autores da ação que resultou na perda de mandato de Adail Filho na Prefeitura de Coari, irmão de Mayara.
Conforme a nova representação, após a exoneração de uma ex-madrasta e um cunhado de Mayara, Raione identificou no Diário Oficial Eletrônico da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) que a deputada também havia contratado para seu gabinete outras ex-madrastas, a atual madrasta, tio da atual madrasta, sogra, tia, primo e até mesmo a sua antiga babá”. Os “fantasmas”, afirma, “estão lotados em seu gabinete, sem que nunca tenham sequer pisado na Assembleia Legislativa do Estado para cumprir expediente”.
O denunciante sustenta ao TCE-AM que os 10 envolvidos, incluindo a parlamentar, “cometeram ato de improbidade administrativa que, ao mesmo tempo, importa enriquecimento ilícito e atenta contra os princípios da Administração Pública”.
Ao ESTADO POLÍTICO, em nota, a deputada Mayara Pinheiro se limitou a informar que ainda não foi notificada sobre a decisão do TCE-AM.
Outra denúncia
Mario de Mello também admitiu uma representação apresentada por Raione Queiroz em razão de possível irregularidade na contratação do oftalmologista Luiz Reis Barbosa Júnior, esposo de Mayara Pinheiro, pela Prefeitura de Coari, hoje comandada interinamente pela vereadora Maria Ducirene da Cruz Menezes, tia de Mayara e Adail Filho.
O denunciante afirma que, desde a posse de Mayara, Luiz passou a morar em Manaus e que está há mais dois anos “sem colocar o pé” em um dos hospitais de Coari onde deveria dar expediente. Em outra unidade hospitalar do município, onde Luiz tem vínculo empregatício com carga horária semanal de 40 horas, ele “nunca sequer trabalhou, haja vista que no Centro Especializado em Reabilitação, não dispõe de atendimentos oftalmológico, mas sim de fisioterapia”.
Liminarmente, Raione pediu a rescisão do contrato de Luiz com a prefeitura.
A análise do caso também ficará sob a responsabilidade da conselheira Yara Lins.
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