MANAUS – Com o avanço das investigações da CPI da Pandemia, a rejeição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atingiu o índice mais alto desde o início do mandato, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (8).
O levantamento aponta que 51% dos eleitores entrevistados classificaram o governo como ruim ou péssimo, o pior resultado registrado em 13 levantamentos feitos pelo instituto desde 2019.
A reprovação era de 45% na pesquisa anterior, realizada em 11 de maio. Em 8 de dezembro, quando começou a curva ascendente, o número bateu 32%. A taxa de ótimo ou bom manteve-se estável em 24%, desde maio. Já o percentual de quem acha o governo Bolsonaro regular caiu de 30%, na pesquisa anterior, para 24% agora.
“De forma geral, a avaliação negativa do governo Bolsonaro também segue mais alta entre mulheres (56%) do que homens (44%), na parcela dos mais jovens, na faixa de 16 a 24 anos (56%, ante 45% entre aqueles com 60 anos ou mais), entre brasileiros que estudaram até o ensino superior (58%, contra 49% entre aqueles que estudaram até o ensino médio ou fundamental). Na parcela que se declara de cor preta, 57% reprovam o governo do atual presidente. Entre os brasileiros que se declaram homossexuais e bissexuais, a reprovação à gestão Bolsonaro atinge 72%”, informa o Datafolha.
Segundo a pesquisa, os empresários formam o único segmento em que Bolsonaro tem aprovação (49%) numericamente superior à reprovação (36%). Entre os evangélicos, 37% avaliam a gestão do presidente como ruim ou péssima, e para 34% é ótima ou boa.
Contexto
O levantamento pode medir o efeito de notícias recentes que envolvem o governo em suspeitas, como a revelação de áudios da ex-cunhada do presidente, a fisiculturista Andrea Siqueira Valle, que afirma que, quando era deputado federal, Bolsonaro demitiu o irmão dela porque ele se recusou a devolver parte do salário ao mandatário, uma prática conhecida como “rachadinha”.
O período de aplicação do questionário abarca, também, os depoimentos na CPI que levantam suspeitas sobre a compra da vacina indiana Covaxin; manifestações contra Bolsonaro que levaram até partidos de centro às ruas, ao lado da esquerda; e a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar a conduta de Bolsonaro no caso da negociação para a compra da Covaxin.
Saiba mais
A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos. A pesquisa foi feita de forma presencial em 146 municípios nos dias 7 e 8 de julho. Responderam ao questionário 2.074 pessoas acima de 16 anos.
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