MANAUS – Dois dias após anunciar adesão, o deputado estadual Fausto Junior (MDB) decidiu retirar a assinatura do requerimento que propõe a instalação da CPI da Pandemia na ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas). O parlamentar anunciou a decisão durante pronunciamento na sessão plenária desta quarta-feira, 7.
A CPI, proposta pelos deputados Dermilson Chagas e Wilker Barreto, do Podemos, perde força um dia após um segundo pedido de CPI ser apresentado na Casa Legislativa. A nova Comissão foi proposta pelo deputado estadual Delegado Péricles (PSL) e tem como foco a crise do oxigênio, batizada de “CPI da Asfixia”. Já a CPI proposta por Dermilson e Wiker tem um objeto mais amplo, defendendo investigar contratos do governo em diferentes pastas. A proposta tem sete assinaturas e precisa de oito para tramitar.
“A partir desse momento eu vou retirar a minha assinatura da CPI da Pandemia e vou aguardar que de forma amadurecida os colegas dessa Casa sentem, porque é impossível nós termos duas CPIs ao mesmo tempo. A população conhece cada um aqui, eu jamais vou precisar explicar para a população quem é quem. A população sabe quem é vendido e quem não é. Eu não vou compactuar com uma CPI que vai dar em pizza. Já chega do circo que está acontecendo em Brasília e o presidente que usa a CPI para atingir seus fins pessoais. Isso não pode acontecer na Assembleia do Amazonas”, disse Fausto.
A proposta de Péricles, apresentada nesta terça-feira (6), irritou os dois deputados de oposição. Wilker disse que a apresentação do novo pedido é uma “farsa” e que a nova CPI é “governista”. “Não vão querer que se investigue o contrato da Nilton Lins?”, disse na ocasião.
Com a retirada do apoio de Fausto, a CPI da Pandemia possui agora seis assinaturas. Para ser instalada é necessária a assinatura de 1/3 dos 24 deputados, ou seja, oito.
Fausto Junior na CPI do Senado
Fausto Junior prestou depoimento no dia 29 de junho à CPI do Senado. A convocação dele se deu pelo fato de ter sido o relator da CPI da Saúde na ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas), realizada em 2020.
Durante a sessão, o deputado estadual foi pressionado pela oposição e a base de Jair Bolsonaro a dizer porque em seu relatório não pediu o indiciamento do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).
Com articulação de Braga e da base de Jair Bolsonaro, Fausto Junior foi convocado para depor em uma tentativa de jogar responsabilidade exclusiva ao Amazonas pela crise da saúde no Estado durante a pandemia, sobretudo na segundo onda. Essa é uma das estratégias dos governistas para tentar minimizar o desgaste do presidente na CPI.
No entanto, o depoimento do parlamentar amazonense acabou não se desenvolvendo como o planejado, Braga se ausentou da sessão, e Fausto Junior acabou saindo da sessão com a pecha de aliado de Wilson.
O deputado estadual disse que durante o período de trabalho da CPI da Pandemia não foi encontrado elemento concreto para responsabilizar diretamente Wilson.