MANAUS – O presidente da CPI da Pandemia no Senado, Omar Aziz (PSD), afirmou nesta terça-feira, 29, que vai pedir à Procuradoria Geral da República (PGR) que investigue a ex-presidente do TCE-AM, conselheira Yara Lins.
A informação foi dada durante depoimento do deputado estadual do Amazonas, Fausto Junior (MDB), na CPI da Pandemia, nesta terça-feira. O parlamentar é filho de Yara.
“Será encaminhada à Procuradoria Geral da República para que uma conselheira do TCE-AM seja investigada, porque ela foi depois de presidente do TCE-AM, foi relatora da saúde, e não achou nada disso que foi feito no relatório”, disse Omar.
Antes da fala, Omar apresentou um lista de empresas que operam no Amazonas. O senador indicou que elas têm alguma ligação com Fausto Junior. O deputado negou.
Segundo Omar, a atuação dessas empresas, que segundo ele têm contratos com o Governo do Amazonas, podem ser a explicação para Fausto Junior, como relator da CPI da Saúde na ALE-AM, não ter pedido o indiciamento do governador Wilson Lima (PSC).
Omar informou que pedirá a quebra do sigilo fiscal e bancário das empresas. E que Fausto também será investigado pela CPI da Pandemia.
As empresas listadas por Omar são: TechWay, TCD Transportes, Matrix, PH Rodrigues, DR7, LBC, GA, AG, BRB, CC Batista, Podium, Life Saúde e Nova Renascer.
O presidente da CPI da Pandemia lançou suspeitas também sobre a evolução patrimonial de Fausto Junior. Parlamentar de primeiro mandato, o deputado reside, depois de eleito em 2018, no condomínio Ephigênio Salles, um residencial de luxo na capital do Amazonas. “Cada terreno desse [no condomínio] custa R$ 2 milhões”, disse Omar, que também mora no mesmo endereço.
Nesse ponto, Omar exibiu fotos de dois terrenos no Ephigênio Salles, onde há construções em andamento. O senador apresentou as imagens e perguntou se Fausto sabe de quem são. Ele disse que não.
“Estou falando em corrupção, em advocacia administrativa, estou falando em benefícios. Por isso, senhores senadores, senhoras senadores, o governador não foi indiciado”, afirmou Omar.
Fausto Junior defendeu o trabalho da mãe no TCE-AM e afirmou que todo o patrimônio da família dele condiz com a renda da mãe e dele.
“Pode quebrar o sigilo da empresa que for. Todo o patrimônio da minha família está declarado no imposto de renda”, disse Fausto Junior.
Nas eleições de 2018, Fausto Junior declarou ter um patrimônio de R$ 400 mil.
O deputado estadual é pressionado na CPI da Pandemia a explicar porque não pediu o indiciamento de Wilson no relatório final da investigação na ALE-AM.
Fausto disse que Omar apenas finge interesse em investigar Wilson, mas é aliado do governador. “O senhor é aliado do governador”, afirmou.
Foto: Pedro França/Agência Senado
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