O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira, 28, que desconhecia os detalhes sobre o contrato de compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde e negou irregularidades no negócio.
“São 22 ministérios, não tenho como saber o que acontece, vou na confiança em cima de ministros e nada fizemos de errado”, disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro foi acusado pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) de ignorar alertas para supostas irregularidades no contrato de aquisição do imunizante, como superfaturamento e favorecimento indevido à empresa responsável pela intermediação.
O irmão do parlamentar, Luis Ricardo Miranda, é chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde e autor da denúncia. Em depoimento à CPI da Covid, o servidor de carreira da pasta disse ter informado ao presidente três nomes de pessoas que o pressionaram a efetuar a importação da Covaxin.
O presidente admitiu ter recebido a visita de Luis Miranda, mas afirmou que “aqui vem tudo quanto é tipo de gente”.
“Não posso falar: ‘Você é deputado, deixa eu ver tua ficha aí’. Eu ia receber pouca gente. Recebo todo mundo”, afirmou. “Agora, os caras botam a narrativa ‘a vacina fissura o governo Bolsonaro no tocante à corrupção'”, disse o presidente, que alegou que nenhuma vacina foi de fato comprada. “Inventaram a corrupção virtual, né? Não recebemos uma dose, não pagamos um centavo.”