MANAUS – Nesta sexta-feira (11) a cientista Natalia Pasternak defendeu o estudo CloroCovid19, desenvolvido no Amazonas em abril de 2020, um dos primeiros no mundo a evidenciar a ineficácia da cloroquina contra a Covid-19.
A defesa foi feita durante audiência pública da CPI da Pandemia instalada pelo Senado Federal. Na comissão, o estudo tem sido atacado por defensores do “tratamento precoce”, como senador Luis Carlos Heinze.
“Foi uma pesquisa de excelência, premiada internacionalmente como um dos melhores trabalhos publicados em 2020. Uma pesquisa extremamente bem conduzida, um estudo de segurança de dose. Que testou duas doses diferentes para pacientes hospitalizados, e concluiu que a dose alta era perigosa, não deveria ser usada. E que a dose baixa não alterava a carga viral, não trazia nenhum benefício. O professor Marcus Lacerda [condutor da pesquisa] foi quem mostrou que aumentar a dose não era seguro, e que a dose baixa não servia”, afirmou Natalia Pasternak, que é microbiologista da Universidade de São Paulo (USP).
No ano passado, por causa das descobertas sobre os riscos do medicamento no tratamento de pacientes com Covid-19, o pesquisador Marcus Larcerda, da Fundação de Medicina Tropical (FMT), recebeu ataques nas redes sociais de cunho político e ameaças de morte de entusiastas da cloroquina. O estudo ainda foi alvo de investigação de procuradores da República que também defendiam o uso do medicamento. Nenhuma irregularidade foi constatada.