MANAUS – A secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina”, disse nesta manhã de terça-feira, 25, que viu em Manaus, na assistência primária de saúde, de responsabilidade da prefeitura, “desassistência e caos”, em janeiro deste ano, durante visita para orientar as gestões do município e do estado no combate à Covid-19.
Na sua fala, Mayra disse ter encontrado Unidades Básicas de Saúde (UBS) “fechadas com cadeados, unidades sem médico e farmácias sem remédio”. O que eu assisti em unidades básicas de saúde em Manaus é desassistência e caos. […] Nas unidades básicas de saúde não tínhamos triagem […]. Em Manaus eram mais de 1000 agentes de saúde e eles foram dispensados”, disse a secretária.
A CPI da Pandemia ouve, nesta terça-feira, a secretária do Ministério por ser defensora do uso desse medicamento no tratamento da covid-19.
Mayra e equipe estiveram em Manaus entre os dias 3 e 5 de janeiro deste ano, na primeira semana da gestão de David Almeida (Avante). Até a semana anterior, o prefeito da capital do Amazonas era Arthur Virgílio (PSDB), crítico da gestão de Jair Bolsonaro (sem partido) e do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).
Por mais de uma vez, Wilson reclamou da gestão de Arthur Neto. Para o governador, na gestão tucana, a prefeitura não colaborou com o Estado no enfrentamento da pandemia.
Mayra Pinheiro está sendo investigada por improbidade administrativa por conta da falta de oxigênio registrada em Manaus (AM), no mês de janeiro. A secretária, no entanto, não deve responder aos questionamentos relacionados a esse inquérito por estar protegida por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal.
Os senadores devem perguntar sobre o desenvolvimento do aplicativo TrateCov, que orientava o tratamento precoce, sobre a distribuição de cloroquina pelo Ministério da Saúde e também sobre a chamada “imunidade de rebanho”, já que há indícios de que a médica defendia essa tese.
Durante o depoimento, Mayra disse que sua equipe em Manaus não identificou que o Amazonas enfrentava risco iminente de enfrentar crise de oxigênio em unidades de saúde.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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