MANAUS – Durante a abertura dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia desta quarta-feira (12), o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), confirmou que o secretário de Estado da Saúde do Amazonas (SES-AM), Marcellus Campêllo, deverá prestar depoimento no início de junho.
O parlamentar também afirmou que aguarda o envio de informações solicitadas aos governos estaduais e prefeituras, a fim de que sejam convocados representantes das respectivas secretarias de saúde para prestar depoimentos na comissão investigadora. Novos requerimentos serão votados, nesta quinta-feira (13).
A agenda de oitivas de testemunhas de maio já está fechada. Nesta quinta-feira, será ouvido o ex-presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo; no dia 18, o ex-ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo; dia 19 o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello; dia 20 a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro; dia 25 a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Nísia Trindade; dia 26 o diretor do Instituto Butantan Dimas Covas; e dia 27 o presidente da União Química Fernando Marques.
“No início de junho, depois de ouvidas as pessoas que já estão convocadas, o secretário de Saúde do Estado do Amazonas será chamado para ser ouvido. E a posterior, sem dúvida nenhuma, todos os requerimentos solicitados (para ouvir representantes dos estados e municípios sobre desvio de recursos federais) serão encaminhados para que sejam analisados pelos membros da comissão, para que possamos votar e não deixar (de fora) absolutamente nada que não tenha que ser investigado por essa comissão”, destacou o presidente da CPI da Pandemia.
Na reunião desta terça-feira, Aziz já havia explicado que diversas secretarias estaduais, que receberam solicitação de informações sobre aplicação de recursos federais na prevenção e combate ao novo coronavírus, têm pedido prorrogação de mais de cinco dias para enviar os dados. O parlamentar retornou ao assunto, nesta quarta-feira, em resposta à questão de ordem apresentada pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO).
“Demos cinco dias de prazo e a maioria está pedindo um pouco mais, porque tem que detalhar todos os gastos. Não adianta o cara chegar aqui e dizer que recebeu R$ 400 milhões e gastou R$ 400 milhões, sem dizer em que. Quando os dados chegarem, vamos chamá-los (os representantes de governos estaduais e prefeituras)”, explicou.
OmarAziz também destacou que dois requerimentos do Amazonas já foram votados, porque a situação do Estado envolve, além da aplicação dos recursos federais, a falta de oxigênio e afirmou que não haverá blindagem na convocação de representantes estaduais e municipais de nenhum Estado.
“Os governadores e qualquer outra pessoa que tenha que ser chamada não terão, de forma nenhuma, por parte da mesa, nenhum tipo de blindagem. Ontem, ficou claro que quem quer falar a verdade vem aqui e sai aplaudido e por todos. O diretor-presidente da Anvisa veio aqui e não se escusou de nenhuma resposta, não tangenciou, falou aquilo que pensava e todos nós, seja independente, oposição, situação, achamos que ele fez o caminho certo”, observou.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) concordou com a importância de aguardar as informações dos estados e municípios, para que sejam feitas as novas convocações. “Meu sentimento de orgulho de ter o senhor conduzindo os trabalhos dessa CPI. A forma isenta como o senhor tem se colocado, eu concordo perfeitamente. Jamais vamos convocar ou governadores, ou prefeitos, ou secretários sem as informações necessárias. Não tem sentido isso”.
Fábio Wajngarten
Nesta quarta-feira, é ouvido o ex-secretário Especial de Comunicação Social da Presidência da República, Fabio Wajngarten. O comunicador testemunha sobre casos em que possa ter havido omissões do governo do enfretamento da pandemia, bem como na aquisição de vacinas.
A convocação do ex-secretário atende a requerimentos do vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
Wajngarten apareceu de forma mais direta relacionado às ações de enfretamento à Covid-19 após entrevista dada a revista Veja, em abril deste ano, quando declarou que o Ministério da Saúde pode ter sido responsável pelo atraso das vacinas e que tem testemunhas, e-mails, registros telefônicos, dentre outros, que podem confirmar as informações repassadas ao veículo.
Com informações da assessoria de imprensa.