MANAUS – Cotado para presidir a CPI da Covid no Senado, o senador Omar Aziz (PSD-AM) declarou não vai fazer qualquer tipo de “negociata” que permita ao governo federal interferir na investigação.
À GloboNews, neste domingo (18), o senador também disse que o Brasil “não fez absolutamente nada para impedir a entrada do vírus”.
“Em outubro de 2019, todos os cientistas, as pessoas que trabalhavam no Ministério da Saúde já sabiam que a pandemia ia chegar no Brasil. O Brasil não fez absolutamente nada para impedir a entrada do vírus no início, e eu vou ficar pensando em negociata com o governo? Com pessoas morrendo de oxigênio no meu Estado? Não tem como, não tem a menor possibilidade disso”, disse Omar.
“Não queremos crucificar ninguém antecipadamente, e sim investigar os fatos. Por que não teve oxigênio para o povo do Amazonas? Por que não fizemos acordo para comprar vacina? Nós temos relações comerciais com o mundo todo, o Brasil não tem inimigos, e nós temos dificuldade de trazer insumos para produzir vacinas”, afirmou.
Omar tem perfil independente e é crítico da gestão de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde.
Bolsonaro
Questionado sobre atitudes do presidente Jair Bolsonaro, que insiste em provocar aglomerações e não usar máscaras, Omar disse que essas posturas prejudicam o enfrentamento à pandemia no país.
“Isso que o presidente fez [aglomerar sem máscara], se fosse uma outra pessoa que estivesse fazendo isso, iria presa”, disse. “Nós não temos um protocolo. O presidente faz uma coisa, o ministro fala outra. O governador fala uma coisa, o prefeito fala outra. E a gente perdendo vidas, e as pessoas batendo cabeça”, emendou.
Os cargos
O presidente da CPI é o responsável por conduzir os trabalhos na comissão.
Na entrevista, Omar confirmou ainda a indicação de Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria da CPI.
O relator deve elaborar o relatório final da investigação e tem palavra forte durante o andamento dos trabalhos.
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