MANAUS – Nos bastidores, a cerimônia de sanção da nova Lei do Gás do Amazonas está sendo tratada como o marco da recomposição da base governista na Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), que foi fragilizada durante a eleição da Mesa Diretora em dezembro do ano passado.
A celeridade com que o projeto do gás natural tramitou na Casa na semana passada é outro indicativo da reorganização de forças no Parlamento: com apenas um dia tramitando, o projeto foi aprovado nas comissões e foi à votação em Plenário.
O movimento indica que, nas vésperas da apresentação do PL, houve intensas conversas fora do âmbito formal para que o projeto fosse aprovado sem resistências ou risco de derrota para o governo – a lei teve apoio da maioria esmagadora (foram 23 votos favoráveis e apenas uma abstenção).
O isolamento dos oposicionistas Wilker Barreto e Dermilson Chagas, ambos do Podemos, neste contexto reforçam ainda mais que já há uma “nova ordem” imperando no Legislativo. Durante a discussão do projeto, Wilker e Dermilson disseram terem sido pegos de surpresa com a apresentação da matéria.
Durante a sanção da lei aprovada, nesta quarta-feira (15), dia de sessão na ALE-AM, 11 dos 24 deputados estiveram presentes na sede do governo, inclusive Josué Neto (Patriota), ex-presidente da Casa que travou uma “guerra” política contra Wilson em 2020 por causa do temática do gás, tal conflito culminou na aceitação, por parte de Josué, de pedido de Impeachment do governador – que acabou arquivado pelo Plenário. Hoje, Josué disse que Wilson tem o seu respeito.
Além de Josué, compareceram ao evento o vice-líder do governo Saullo Vianna (PTB), Cabo Maciel (PL), Belarmino Lins (PP), Doutor Gomes (PSC), Therezinha Ruiz (PSDB), Adjuto Afonso (PDT), Sinésio Campos (PT) e João Luiz (PRB), além de Alessandra Campêlo (MDB), que se licencia para assumir o comando da Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas).
A “boa relação” entre Legislativo e Executivo foi ressaltada pelos deputados Belão e Sinésio durante a cerimônia. Na coletiva de imprensa após o evento, Sinésio, relator da nova Lei do Gás, disse que em 26 anos de mandato nunca tinha visto um evento de sanção do governo ter tanto espaço para que os deputados pudessem se manifestar e responder sobre o tema aos jornalistas.
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