MANAUS – A deputada Mayara Pinheiro (PP) afirmou nesta quinta-feira (21) que vai apresentar um indicativo ao Governo do Estado para que o Executivo institua e presida um consórcio junto às prefeituras do Amazonas e outros Poderes a fim de que possam adquirir diretamente doses de vacinas contra a Covid-19 sem a intermediação da União.
Para Mayara, além de sair da dependência do Governo Federal para vacinar sua população, Amazonas também ganhará poder de barganha para negociar os preços dos imunizantes. A parlamentar publicou uma série de posts sobre o tema em suas redes sociais.
Até agora, o Amazonas recebeu, por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI), 282.320 doses do imunizante desenvolvido pela Sinovac em parceria com o Butantan, a Coronavac. Só a Coronavac e a vacina desenvolvida pela Astrazeneca, com Oxford e Fiocruz receberam aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial.
O caminho
Nesta quarta-feira (20), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski determinou que a Anvisa dê informações sobre a análise do pedido de uso emergencial da vacina Sputnik V em até 72 horas. A vacina foi desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Gamaleya, de Moscou, e comercializada pelo Fundo Russo de Investimento Direto.
No último sábado (16), a Anvisa rejeitou o pedido para uso de uso emergencial de 10 milhões de doses da vacina porque os documentos não apresentavam “requisitos mínimos para submissão e análise”. Faltam estudos clínicos sobre a fase três da vacina, que não realizou testes no Brasil —este é um dos critérios da Anvisa para aprovação do uso emergencial.
A determinação de Lewandowski é parte de uma ação ajuizada pelo Governo da Bahia, que quer comprar diretamente a vacina Sputnik, sem a intermediação do governo federal. Com as informações repassadas pela Anvisa, o ministro do STF deve tomar uma decisão sobre o caso.
A fabricante brasileira da Sputnik V já está produzindo doses, disse o chefe do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) nesta quinta-feira (21), acrescentando que a produção será elevada em fevereiro.
O chefe do RDIF, Kirill Dmitriev, disse esperar que a questão envolvendo a aprovação da Sputnik V no Brasil seja resolvida nas próximas semanas.
No Amazonas, a apreciação da matéria também gera expectativas. “Aguardamos ansiosamente a análise da matéria pelo Supremo e, em tempo, já adianto que apresentarei um Indicativo ao Governo do Estado para que institua e presida um consórcio junto às Prefeituras do Amazonas e outros Poderes a fim de que possam adquirir diretamente doses de vacinas sem a intermediação da União, com maior poder de compra e barganha”, publicou a deputada amazonense.
Recursos
Para o orçamento de 2021, os deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) aprovaram uma emenda de R$ 50 milhões para compra de vacinas.
Em dezembro do ano passado, o Governo do Estado informou ao Tribunal de Contas (TCE-AM) dispor de R$ 150 milhões em caixa para eventual compra própria de vacina.
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