MANAUS – O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), afirmou nesta sexta-feira (1º) que, legalmente, a prefeitura não pode montar hospital de campanha, e que por isso ele irá trabalhar para alugar leitos de UTI e clínicos, em hospitais particulares, e reforça o atendimento já existente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) voltadas para pacientes com Covid-19.
“Todos os hospitais de campanha instalados no Brasil deram problemas na contratação, porque a prefeitura tem, constitucionalmente, a responsabilidade da atenção básica. Não posso estar contratando atendimento de média e alta complexidade”, afirmou o prefeito durante lançamento de ações integradas das secretarias de Infraestrutura (Seminf) e de Limpeza Urbana (Semulsp), no bairro Colônia Antônio Aleixo, zona Leste.
Estado e Prefeitura de Manaus já acenaram com a intenção de contratar leitos do Hospital Universitário Nilton Lins. No caso, governo e município pagariam os custos do aluguel do leito, sem serem os administradores da unidade, que é particular.
Para que isso ocorra, o hospital da Nilton Lins precisa ter seus leitos habilitados pelo Ministério da Saúde. Nesta sexta-feira, David voltou a falar da unidade.
“Não vamos adotar o hospital de campanha. Estamos buscando credenciamento do Hospital Nilton Lins para que a Prefeitura, que já tem uma unidade instalada dentro desse hospital, possa trabalhar em parceria com o governo do Estado. Pretendemos comprar diárias de leitos de UTI, Unidade de Terapia Intensiva, e clínicos. Para isso, precisamos fazer com que o Ministério da Saúde credencie esse modelo, para que não haja nenhum problema”, afirmou o prefeito.
David lembrou que há uma UBS da prefeitura que funciona também no mesmo complexo da Nilton Lins, e que o plano é que a unidade tenha o o atendimento reforçado para servir de porta de entrada para paciente com suspeita de Covid-19.
“David Almeida disse que busca parceria com o Governo do Estado para reabrir o hospital de campanha Nilton Lins, que possui 350 leitos, mas que a ação da Prefeitura deve ser condizente com as prerrogativas legais do próprio poder municipal na questão da saúde”, informou a Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom).
Reunião com o Ministério da Saúde
Na próxima segunda-feira, (4), o prefeito de Manaus se reunirá com representantes do Ministério da Saúde, que estarão em Manaus. A agenda é compartilhada com o governador Wilson Lima (PSC) e o secretário de Estado de Saúde, Marcellus Campêlo.
Os técnicos do Ministério da Saúde estarão em Manaus com a missão de auxiliar estado e município no combate à pandemia, que voltou a agravar, principalmente na capital.
Gestão Arthur montou hospital
A gestão do ex-prefeito Arthur Neto (PSDB) montou um hospital de campanha durante o pico da pandemia em Manaus, entre maio e junho.
A unidade, que só atendia pacientes leves, recebeu recurso da iniciativa privada, como o grupo Samel.
No final do projeto, município e a empresa decidiram fechar o hospital, e travaram uma briga pública.
A direção da Samel saiu acusando o município de ter feito pouca coisa no projeto, e insinuando que o então secretário municipal de saúde, Marcelo Magaldi, sequer saberia andar dentro da unidade.
A prefeitura, por sua vez, acusou a empresa de retirar indevidamente equipamentos da unidade.
Prevenção
O prefeito de Manaus fez um apelo à população para que as medidas de segurança não sejam deixadas de lado. David defendeu a importância de manter o distanciamento social e a utilização de máscaras.
“A situação é gravíssima. Manaus foi a primeira cidade do Brasil a entrar em colapso na saúde pública, a primeira capital a sair e está sendo a primeira a voltar com esse problema. França, Itália e Alemanha estão fechadas em lockdown. Não será diferente aqui se não tomarmos essa atitude (prevenção). A população precisa colaborar e, certamente, a prefeitura dará a sua contribuição com campanhas educativas e atuando na área da saúde em parceria com o Governo do Estado e o Federal”, declarou o prefeito.
Foto: Semcom