MANAUS – Com o hospital referência para tratamento de Covid-19 sobrecarregado, o HPS Delphina Aziz, o Governo do Estado anunciou nesta terça-feira (22) que iniciará a execução da fase de 3 do Plano de Contingência para o enfrentamento da Covid-19, de um total de 5 fases, tendo a fase 2 sido executada no último fim de semana com a a abertura no último fim de semana de mais 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Delphina.
Na fase 3 está previsto o incremento de 63 leitos de UTI e 234 leitos clínicos exclusivos para Covid-19 nos hospitais que integram a rede estadual de saúde e a rede complementar.
Na nova etapa serão instalados mais 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Delphina Aziz, além de aumento de leitos clínicos e de UTI nos prontos-socorros, Platão Araújo, João Lúcio e 28 de Agosto, nos hospitais Getúlio Vargas, Instituto da Criança (Icam), Geraldo da Rocha e Beneficente Portuguesa, além das fundações de Medicina Tropical e Adriano Jorge.
O Plano de Contingência, em operação desde novembro, consiste na organização da rede para o momento de recrudescimento da doença e está previsto para operar em cinco fases, de novembro a junho, que coincide com o período sazonal das Síndromes Respiratória Aguda Grave (Srag) no Amazonas.
Nas duas primeiras etapas do Plano foram implantados 50 leitos de UTI no Hospital Delphina Aziz, saindo de 90 para os atuais 140 leitos. Também foram implantados 29 leitos de UTI e 64 leitos clínicos em outras unidades da rede exclusivos para pacientes com Covid-19.
O Hospital Delphina Aziz conta hoje com 374 leitos exclusivos para Covid-19, sendo 140 de UTI e 234 clínicos. Em toda a rede estadual na capital existem hoje 600 leitos exclusivos para Covid-19, 209 de UTI e 391 leitos clínicos. Até a última fase do plano, a rede deverá estar com 1.788 leitos – 412 de UTI e 1.376 clínicos.
“Nós estamos obedecendo ao critério de transferência de fase do plano de Contingência da Assistência. Então, nós estamos ampliando a rede. Os números estão mostrando que precisamos fazer, de forma cautelar, já o inicio da fase três, para nos anteciparmos para um eventual aumento de casos e pressão na rede hospitalar”, informou o secretário Estadual de Saúde Marcellus Campêlo.
Com a medida, a SES-AM pretende transferir para esses leitos de retaguarda pacientes que, mesmo fora do período de transmissibilidade, ocupam leitos no Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz, por ainda necessitarem de acompanhamento médico para a conclusão do tratamento.
Localizado na zona norte de Manaus, o Delphina Aziz é a unidade de referência no Amazonas para o tratamento da Covid-19.
Dados da SES-AM divulgados na segunda-feira, 21, mostram que 130 dos 140 leitos de UTI do hospital estavam ocupados, uma taxa de ocupação de 92,86%.
Nos leitos clínicos, a taxa de ocupação dos leitos é de 90,17% (211 ocupados e 23 livres).
105 internados há mais de 20 dias
Segundo boletim epidemiológico divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM) divulgado na segunda-feira, 21, dos 145 pacientes internados em UTI na rede pública, 52 estão ocupando leito há mais de 20 dias.
Dos 251 em leitos clínicos, 53 estão internados há mais de 20 dias.
Fase 3
Na fase três estão previstos entrar mais 63 leitos de UTI – serão mais 10 no Delphina Aziz, 20 no Platão Araújo e 10 na Fundação de Medicina Tropical. O Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) sairá dos atuais 10 para 30 leitos e o 28 de Agosto de 12 para 15 leitos exclusivos de UTI Covid.
Também está previsto na terceira fase o incremento de mais 234 leitos clínicos exclusivos para a Covid-19 na rede pública e complementar – 25 no Hospital Platão Araújo, 40 no João Lúcio, 18 no HUGV, 8 na maternidade Ana Braga, 10 na FMT-HVD, 15 no Icam, 88 no Adriano Jorge, 10 no Hospital Beneficente Português e 20 no Geraldo da Rocha.
Segundo o secretário, a principal novidade da terceira fase é que algumas unidades vão ofertar leitos de retaguarda para paciente pós-Covid que, apesar de não estarem mais na fase de transmissão do vírus, ainda precisam de cuidados. Já os prontos-socorros, que são porta de entrada e mantiveram as Salas Rosas funcionando desde o início da pandemia, estão criando áreas específicas com leitos clínicos para a segregação de pacientes Covid dos demais usuários.
“Vamos transferir (os pacientes) para o Delphina Aziz. Porém, quando necessário, vamos mantê-los nas portas de entrada de forma adequada e segura, para que não possam contaminar outras áreas dos hospitais”, explicou
Marcellus Campêlo ressaltou que a característica do Plano de Contingência é a antecipação de ações. “Estamos nos antecipando para possíveis picos de necessidade de internação na rede. Verificamos que o número de internações na rede privada aumentou muito nos últimos dias e isso é um sinal de que a rede pública poderá ser pressionada. Estamos, de forma cautelar, preparando a rede, reorganizando a rede para isso”, disse Marcellus.
Apoio do Ministério da Saúde – Para a abertura de leitos de UTI Covid, a SES-AM está recebendo apoio do Ministério daSaúde, que está encaminhando mais 40 respiradores e 10 monitores multiparamétricos. Para as duas primeiras fases, o Amazonas recebeu 60 respiradores e 30 monitores. Os equipamentos serão entregues montados pela empresa contratada pelo Ministério da Saúde.
Cuidados e prevenção
Paralelamente a isso, a SES-AM orienta a população para que mantenha as medidas de proteção, com o uso de máscaras e álcool gel, além de evitar aglomerações, principalmente durante o período de festas de final de ano.
A orientação da secretaria é que sejam evitadas confraternizações, principalmente em ambientes como bares e restaurantes, além de indicar que para as noites de Natal e Ano Novo, a reunião ocorra apenas entre pessoas que residam no mesmo local.