MANAUS – Acusados pela deputada Joana Darc (PL) de receberem R$ 200 mil para votar em Roberto Cidade (PV) para a presidência da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), deputados se manifestaram na sessão desta quarta-feira (9).
Wilker Barreto (Podemos) e Felipe Souza (Patriota) informaram que vão pedir que a declaração seja investigada pela Comissão de Ética da Casa. Wilker informou que protocolaria o pedido ainda no dia de hoje.
Outros deputados como Delegado Péricles (PSL) e Therezinha Ruiz (PSDB) se manifestaram pela necessidade de investigação, que pode, na pior das hipóteses, resultar na cassação do mandato de Joana Darc por quebra de decoro.
O tema também foi abordado em discursos dos deputados Serafim Corrêa (PSB), Josué Neto e Fausto Júnior, ambos do PRTB, e Adjuto Afonso. Serafim pediu que Joana faça uma retratação.
“As falas da deputada Joana Darc precisam ser apuradas. Ou a deputada traga as provas que falou que tinha em mãos no último dia 3. Não é só um pedido de retratação, porque amanhã sairá uma nota no rodapé, mas a fala que maculou os colegas deputados saiu em rede nacional, em jornal local, em todos os portais”, disse Wilker, que sugeriu ainda que os deputados peticionem um pedido de investigação na PGJ (Procuradoria Geral de Justiça, órgão do Ministério Público do Amazonas).
“A imunidade parlamentar é diferente da quebra de decoro”, afirmou Wilker. “Na ausência da materialidade das denúncias graves da colega Joana Darc – porque o ônus da prova é de quem acusa, eu irei provocar o Conselho de Ética e, como presidente do Podemos, irei pedir a solicitar total apuração dos fatos. Essa casa não pode ir para a vala comum. Por isso, que ainda hoje apresentarei denúncia no Conselho de Ética desta Casa. No jargão popular, quem for poder que se quebre”, concluiu.
Felipe e Therezinha disseram se sentir ofendidos pela acusação de Joana, feita durante a sessão tumultuada que resultou na eleição da chapa encabeçada por Roberto Cidade por 16 votos a oito.
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Péricles, por sua vez, negou que tenha praticado ato ilícito na tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que possibilitou a antecipação da votação para a Mesa, apresentada, apreciada e aprovada pelo colegiado em uma manhã. Disse que trata-se de celeridade e lembrou que outros projetos, inclusive enviados pelo governo, foram aprovados da mesma forma.
Josué Neto, atual presidente da ALE-AM, disse que a judicialização do caso não vai mudar o resultado da votação que, segundo ele, seria o mesmo no dia 17, quando a eleição deveria acontecer.
A deputada Joana Darc, líder do governo, ainda não se pronunciou.
Entenda
Durante a votação para a presidência da ALE-AM nesta quinta-feira (3), a líder do governo acusou Roberto Cidade de trair o governador Wilson Lima (PSC), e afirmou que as ações do ex-aliado para se eleger presidente da ALE-AM envolveram oferta de compra de voto por R$ 200 mil.
“Deputado Roberto Cidade foi atrás de comprar voto dos colegas deputados estaduais. E eu digo o valor, porque ele não chegou a falar comigo, mas aqui todo mundo fica sabendo das coisas. O voto era R$ 200 mil”, acusou Joana. A parlamentar não apresentou provas do que disse até o momento.
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