MANAUS – O número de pessoas que fizeram algum teste de diagnóstico da Covid-19 alcançou 433 mil pessoas, no Amazonas, até outubro, o que representa 10,7% da população do Estado. Desse total de 433 mil, cerca de 175 mil testaram positivo para doença, o que corresponde a 40,4% das pessoas que fizeram teste e 4,3% da população do Amazonas.
Esses dados são da pesquisa PNAD-Covid-19 mensal referente a outubro, divulgada nesta terça-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o percentual de 10,7%, o Amazonas se posiciona como a oitava unidade da federação que menos realizou testes, até outubro. A média nacional é de 12,1%.
Entre os testes para diagnóstico da doença, as pessoas poderiam ter realizado o exame com material coletado na boca ou nariz com o cotonete (Swab); o teste rápido com sangue coletado por um furo no dedo; ou o exame com sangue retirado da veia do braço. No Amazonas, 225 mil (5,5% da população) realizaram o teste através de furo no dedo, 157 mil (3,9% da população), o teste por exame de sangue, e 99 mil (2,4%), o teste Swab, através de coleta da saliva.
Foi observado que os testes foram realizados em maior proporção em mulheres (50,8%) do que em homens (49,2%), mas, principalmente, por pessoas de 30 a 59 anos de idade, que representaram 50,0% dos testes realizados do início da pandemia até outubro.
Além disso, quanto maior o nível de escolaridade e a renda, maior foi o percentual de pessoas que fez algum teste, visto que pessoas sem instrução ao ensino fundamental representaram 7,0% das que fizeram os teste, e as pessoas com ensino superior ou pós-graduação, representaram 23,3% do total. E as pessoas com renda de menos de meio salário mínimo representaram 7,3% das que realizaram o teste, enquanto as pessoas com quatro salários mínimos ou mais, 38,6%, no Amazonas.
O Amazonas (10,7%) foi a 8ª Unidade da Federação com percentual mais baixo de testes realizados desde o início da pandemia. Os Estados com percentuais mais altos foram o Distrito Federal (23,9%), Piauí (19,1%) e Goiás (18,9%). Pernambuco e Acre registraram o menor percentual (7,9%) de exames realizados, seguido de Minas Gerais (9,3%).
Medidas de restrição tomadas
Quanto às medidas tomadas para restrição de contato, 199 mil amazonenses (4,9%) declararam não ter feito restrição; este número indica estabilidade em relação ao mês anterior, quando 157 mil declararam não ter feito restrição. Dois milhões e 338 mil pessoas (57,6%) reduziram o contato, mas continuaram saindo de casa e/ou recebendo visitas; este grupo cresceu 206 mil, em relação ao mês anterior; e 322 mil, em relação a agosto.
O grupo dos que ficaram em casa e só saindo por necessidade básica reduziu de 1 milhão e 290 mil, em setembro, para 1 milhão e 129 mil, em outubro; queda de 161 mil pessoas. E o número daqueles que ficaram rigorosamente isolados também teve queda de 88 mil pessoas, de setembro para outubro; no total eram 364 mil as pessoas que se mantinham rigorosamente isoladas em outubro, no Amazonas.
Os indicadores mostram que o número de pessoas que não faziam restrição de contato manteve-se estável em outubro, com relação ao mês anterior; que houve aumento do número de pessoas que fizeram restrição de contato, mas continuavam saindo ou recebendo pessoas em casa; e queda no número de pessoas que só saíam por necessidade básica, e também no número das que estavam rigorosamente isoladas.
Entre os que não tomaram qualquer medida de restrição de contato, as pessoas de 14 a 29 anos lideram o grupo, com 37,5% daqueles que não tomaram qualquer medida de restrição. O segundo maior grupo é formado por aqueles de 30 a 49 anos (32,6%). Entre os que ficaram rigorosamente isolados, as crianças de 0 a 13 anos formaram o maior percentual (70,3%).
O chefe do IBGE no Amazonas, José Ilcleson Mendes Coelho, afirma que a pesquisa detectou que, com passar do tempo, as pessoas estão relaxando as medidas de proteção.
“Aqueles que reduziram contato, mas continuaram saindo de casa ou recebendo visitas foi o grupo que mais baixou a guarda. Os que disseram ficar em casa e só sair por necessidades básicas também diminuíram sensivelmente nos últimos quatro meses. A frequência a escola variou muito pouco, indicando instabilidade entre julho e outubro. O ensino fundamental é o grupo que lidera essa frequência, já o ensino superior é o grupo que possui o menor número de alunos frequentando a sala de aula”, observou.