MANAUS – O Exército Brasileiro gastou R$ 8,9 milhões durante um exercício militar realizado no mês passado nos municípios amazonenses de Barcelos, Novo Airão e Manacapuru. As informações foram divulgadas pelos jornais Folha de São Paulo e O Globo nesta quinta-feira (15).
A Folha classificou a atividade, que simulou um conflito na selva após invasão do território por um exército estrangeiro, como “sem precedentes”.
O periódico paulista apurou que outros R$ 2,9 milhões foram gastos em munição. Ao Globo, por meio da Lei de Acesso à Informação, o Exército informou que do total foram gastos R$ 6 milhões com “combustível, horas de voo e contratação de meios de transporte civis”.
Chamado de operação Amazônia, o exercício militar aconteceu entre os dias 8 e 22 de setembro e envolveu cerca de 3.600 militares. A atividade envolveu a simulação de um ataque ao território do país “azul” pelo “exército vermelho”, que deu início ao conflito.
Mísseis
Do total de gastos com munição, segundo a Folha, R$ 2 milhões se referem apenas aos custos de munição para o Astros 2020, sistema de lançadores múltiplos de mísseis considerado o maior mecanismo de dissuasão do Exército.
O Astros 2020 fica normalmente baseado em Formosa (GO) —no 6º Grupo de Mísseis e Foguetes—, onde acontece a maior parte dos treinamentos balísticos. Os mísseis têm alcance de 30 a 80 quilômetros.
A munição, esclarece o Ministério da Defesa, já era destinada para as atividades de treinamento regulares do sistema de lançadores, sendo transferida para a operação quando se decidiu acrescentar o Astros no exercício.
“Dentro da situação criada e com os meios adjudicados, foi a primeira vez que ocorreu este tipo de operação”, informou o Exército, em sua resposta via Lei de Acesso à Informação.
Contexto
A Folha lembra que a operação Amazônia é realizada periodicamente. “No entanto, a ação geralmente emprega militares das três forças, e o exercício nunca teve a dimensão das atividades realizadas neste ano, tanto em volume de recursos quanto no emprego de militares e equipamentos”, ressalta o jornal.
Lembrou ainda que o exercício acontece em um momento de tensão com a vizinha Venezuela.
O Ministério da Defesa, por sua vez, afirmou que não há relação entre os fatos.
Confira a matéria da Folha e d’O Globo. Veja neste link um texto do CMA sobre o disparo de foguetes do sistema Astros.