MANAUS – Apontado por pesquisas como um dos candidatos ao 2º turno das eleições municipais em Manaus, o ex-deputado estadual David Almeida, do Avante, é o pré-candidato a prefeito entrevistado pelo ESTADO POLÍTICO desta semana.
Na entrevista, David fala de seus planos para setores como transporte, saúde e educação. Defende que a oportunidade que teve, em 2017, de governar o Amazonas por 150 dias serviram para entender que é possível fazer muito quando se tem vontade política.
Para David, um dos favoritos nas eleições deste ano, Amazonino Mendes (Podemos), já teve sua oportunidade como prefeito de Manaus e governador do Amazonas. Para ele, hoje, o ex-prefeito 3 vezes e ex-governador 3 vezes não reúne mais condições políticas e nem físicas para enfrentar os problemas atuais, e que em uma eventual eleição do político de 80 anos a prefeitura iria parar nas mãos de terceiros.
“A prefeitura atual precisa de um prefeito presente, atuante, em que ele possa estar à frente efetivamente da prefeitura sem terceirizar prefeitura”, disse David ao ESTADO POLÍTICO.
Abaixo, trechos em texto e vídeo da entrevista:
EP – Uma vez eleito, como o senhor resolveria problemas do transporte público, como ônibus de qualidade, em quantidade suficiente e tarifa no preço acessível para a população?
DA – Isso é um grande desafio. Se fosse um problema fácil de resolver, todo mundo já tinha resolvido. A frota foi renovada de uma vez só e ela envelheceu na mesma velocidade. O que nós vamos propor, a partir da consolidação da candidatura na convenção, é que gradativamente a frota seja renovada, com 250 ônibus por ano.
Nós temos uma concessão pública e essa concessão pública precisa com que o poder público que concede essa concessão possa cobrar resultados. Dentro do contrato tem a previsão de melhorias, de investimento, de consolidação da frota.
Como é um serviço concedido, é sentar com as empresas que estão com a concessã e fazer com que o contrato seja efetivamente cumprido de forma de qualidade para a população.
Ônibus com ar-condicionado e vou além, como nosso clima é muito quente, nós precisamos implementar aqui em Manaus em alguns pontos as paradas com ar condicionado, nós temos aqui do lado na cidade de Boa Vista paradas com ar condicionado. Em Manaus, com iniciativa , também nós queremos colocar com uma proposta. Portanto, nesse momento, é você fazer gradativamente o aumento, a aquisição de novos ônibus em parceria com as empresas que estão com serviços concedidos para que nós possamos melhorar o atendimento à população.
EP – O discurso de alguns, inclusive o atual, demonstra uma certa dificuldade deles em fiscalizar em cobrar melhor execução desse contrato. O senhor acha que isso é só falta de vontade política ou tem algo a mais nessa relação com as empresas de ônibus?
DA – Nós precisamos ter a ciência e a consciência de que é um serviço público concedido, é uma concessão. Se desse prejuízo já tinha todo mundo ido embora. O que que tem que se fazer? Enquanto o poder público não implementar nas suas ações, não trouxer para dentro da administração as ações de governança da iniciativa privada, nós vamos ter serviço público de má qualidade. Nós precisamos implementar gestão, estipular metas, cobrar resultados e acima de tudo aplicar qualidade em todos os serviços.
Manaus tem transporte coletivo terceirizado, limpeza pública é terceirizada, rota de lixo é terceirizada, iluminação pública é terceirizada, água é terceirizada. É somar todas as empresas que estão terceirizadas e cobrar efetivamente a eficiência nos serviços que estão sendo concedidos. E é isso que falta para o poder público, eficiência em gestão. Quando eu contrato uma empresa para fazer um serviço terceirizado no meu condomínio ela funciona e se ela não funcionar eu dou retirada, isso na iniciativa privada. Já no poder público não é feito isso porque a gestão e a cobrança, no caso eficiência, são deficitárias. Então é isso que precisamos implementar na administração pública, as ações de governança da iniciativa privada. Se na iniciativa privada dá certo, por que no poder público não dá? Pela falta de eficiência e a falta de gestão.
EP – Com relação ao orçamento da prefeitura e ao mandato inicial de quatro anos, o senhor acha que é possível fazer alguma intervenção no trânsito além do que já é executado hoje, que é a manutenção da faixa exclusiva para ônibus, isso no sentido de aumentar a velocidade?
DA – Veja bem, nós temos uma proposta. Todos os ônibus, na verdade todos os transportes, chegam no Centro da cidade Pela Torquato Tapajós e ele se divide em Constantino Nery e Djalma Batista. Nós temos três pistas na Constantino Nery, três pistas na Djalma Batista e temos cinco pistas na Torquato Tapajós, aí ele se divide de um lado a Constantino Nery, do outro lado a Djalma Batista. (A proposta) é mudar a chegada desses ônibus e transporte coletivo no Centro da cidade. Como David? Através da Manaus Moderna.
Se você olhar esses ônibus que saem da Manaus Moderna para a colônia Antônio Aleixo, Puraquequara, eles pegam terminal do São José, descem a Grande Circular, entram no terminal do Jorge Teixeira, lá na bola do Jorge Teixeira, percorrem a Cidade Nova para o terminal da Cidade Nova e entram na Torquato Tapajós, fazendo um percurso muito extenso e demorado. Essa realidade pode ser mudada.
Esses ônibus que saem da Zona Leste podem vir direto pela Grande Circular e pegar aqui a Manaus Moderna.
Se você olhar a Manaus Moderna, ela já está pronta até a Seduc. O governo está fazendo uma intervenção entre o bairro da Betânia e o bairro da Raiz que vai ficar pronta até ali depois do Studio 5. O Igarapé do 40, interliga ele até a Grande Circular e os moradores da Zona Leste vão chegar ao Centro da cidade em uma linha de ônibus, não exclusiva, mas uma via expressa e eles vão chegar no Centro da cidade aproximadamente em 20 minutos, diminuindo tempo, aumentando a velocidade desses ônibus.
E ali na Manaus Moderna, você vê aquele muro de arrimo que tem, você eleva mais para dentro do rio e não precisa desapropriar mais nada, mais quatro pistas. Faz um terminal com estacionamento, acaba aquele problema da Manaus Moderna, e esses ônibus vão chegar no Centro da cidade pelo menos 50% diminuído o percurso e tempo de viagem.
Então, essa é uma das nossas propostas de mobilidade urbana, mudar o eixo da chegada desses ônibus no Centro da cidade.
EP – Manaus, apesar de ser uma das capitais que está entre os dez maiores PIBs entre as capitais, tem uma cobertura de saúde básica muito baixa…
DA – Já foi 58%.
EP – Isso. E o prefeito atual, assim como outros prefeitos e até de outros municípios, alegam que é muito difícil você montar uma equipe de saúde da família com financiamento do governo federal, que seria em torno de 10 mil. O senhor, eleito prefeito, vê possibilidade de ampliar essas equipes ampliando a cobertura com orçamento do município sem depender tanto do governo federal?
DA – Veja bem, vamos falar de orçamento. No ano passado o orçamento foi de 6 bilhões e 200 milhões de reais. Só que a atual gestão já contraiu empréstimo de 2 bi e meio. Então, no ano que vem o próximo prefeito vai arrecadar menos e ainda vai pagar a dívida, vai ter uma receita menor. É preciso você saber fazer gestão para ampliar a cobertura de atenção.
Nós temos uma proposta inovadora que vai mudar totalmente a saúde básica do município. Eu recebi aqui em minha casa, no meu escritório, uma equipe de uma empresa de Israel. É fantástica a tecnologia que é aplicada em Israel e em alguns municípios do interior de São Paulo, e também do Paraná. A tecnologia consiste no seguinte: dotar todas as unidades de saúde de uma tecnologia da mesma empresa que fez o Waze. É um aparelho que você acopla no dedo e ele faz a leitura do seu corpo, tecnologia artificial, e ele faz a leitura e faz ali 18 exames de sangue, isso é feito na antessala do médico. Quando o paciente entra na sala do médico, o médico já sabe o diagnóstico, já sabe o que prescrever e aí você diminui pelo menos 14 itens da despesa de saúde.
Você já pensou isso nas unidades básicas de saúde? Enquanto o paciente sai do consultório médico, ele já sabe o diagnóstico. Ele já sabe o que prescrever e esses exames vão para o WhatsApp do paciente. É a transformação efetivamente da saúde básica do Estado, além de colocar as unidades básicas de saúde equipes, nós temos uma proposta de fazer um Hospital Municipal, que na verdade é um parque de imagens municipal, para que a gente possa realizar diagnóstico, que é o problema da saúde. Se você tem uma doença, você precisa de diagnóstico. Nós vamos trabalhar o diagnóstico e fazer possivelmente como eu fiz quando estive governador, cirurgias eletivas, as menos complexas e (as mais complexas, é atribuição do Estado). A prefeitura vai dar sua contribuição, ampliar os serviços e dar qualidade dos serviços em caso de uma possível eleição nossa.
EP – O senhor falou aí dos empréstimos contraídos pela atual gestão, 2 bilhões e meio de reais. Isso lhe preocupa com relação ao futuro? A economia vem se recuperando, mas o senhor se preocupa com essa questão de orçamento por conta desses empréstimos?
DA – Eu não me preocupo na questão do orçamento, eu me preocupo com a receita. Se a receita voltar aos patamares de 2019, eu acredito que os problemas podem ser administráveis. Agora, se a receita não se recuperar, nós teremos dificuldades e essas dificuldades se combatem com gestão e eficiência.
Eu já tive duas experiências exitosas com relação a arrecadação de menor receita e menor orçamento, quando estive governador, quando recebi o Estado nessa situação: 13 anos sem promoções na polícia, sem pagamento de professores, sem obra, fornecedores atrasados e resolvi muitos desses problemas.
Na Assembleia, do mesmo jeito. Quando o Estado arrecadava menos, a Assembleia também recebia desse jeito. Nós fizemos ali gestão e tornamos a Assembleia eficiente e eu sai deixando a Assembleia com recurso muito bom no caixa assim, como fiz no Governo do Estado, portanto, eu já tenho alguma experiência nesse sentido. Eu sei que é possível fazer diante de situações como essa.
EP – A atual gestão tem investido muito, na ausência de escolas, em aluguéis de prédios improvisados, e a gente sabe que a qualidade do prédio interfere na qualidade do ensino. O senhor concorda com essa prática de aluguéis? Vê orçamento suficiente para construir escolas ao longo de quatro anos?
DA – O novo Fundeb foi aprovado, atribuição da prefeitura. Ele é para escola já que o Fundeb agora é extensivo. E com isso nós não vamos construir uma creche, mas nós vamos pelo menos quintuplicar a oferta de vaga. Como? Fazendo parceria com a Igreja Católica, com a igreja evangélica e comprando vagas em creches nos bairros, desses pequenos empreendedores, aproveitando os espaços das igrejas que são ociosos durante a semana e aí nós vamos ampliar educação, nós vamos iniciar uma nova etapa de educação.
Com relação aos prédios das escolas todos [os alugueis] serão revisados. E para que se entenda: 70% do recurso do Fundeb é para pagamento de professores. Sobra 30% para merenda escolar, para reforma, para ampliação e para construção. Certamente com gestão de eficiência, nós vamos poder ter recurso para construir escolas.
Estou visitando escolas da zona rural, é preciso se fazer urgentemente uma intervenção nelas. A população está fazendo cota, fazendo cooperação para reformar UBS, reformar escola. Eu tenho um relatório que eu vou apresentar aí na sociedade. Isso se faz com o prefeito presente. É uma situação muito difícil dessas comunidades, que precisam da intervenção mais do que urgente do poder público, no caso a prefeitura, para melhorar a qualidade dessas estruturas, para dar qualidade no ensino.
EP – A gente tem informação que o senhor tem, obviamente, conversado com muita gente, mas menos com a esquerda. Isso tem a ver com a experiência da sua última eleição para o governo? Por que que a esquerda não se enquadra na sua política praticada hoje?
DA- Veja bem, não é esquerda. Eu não farei aliança com os partidos de esquerda. São inegáveis as conquistas, por exemplo, do Partido dos Trabalhadores no Amazonas. Quem é que nega o Bolsa Família? Prorrogação de 50 anos da Zona Franca? Quem vai negar o gasoduto? Vamos falar aqui da Minha Casa Minha Vida, vamos falar aqui do Luz Para Todos. Isso são conquistas fantásticas, tiveram sua oportunidade, muito obrigada.
Então, com alguns partidos de esquerda eu não estou fazendo e não farei aliança. Até porque eu tive uma experiência em 2018 em que eu estive em um partido de centro esquerda e eu tinha preferência em fazer aliança que fosse necessária para ganhar eleição. Fiz aliança que me daria condição de ganhar eleição, mas numa conjuntura nacional a nossa aliança foi desfeita nacionalmente e nós tivemos que caminhar com os partidos de esquerda, na verdade nem caminhamos, eles obrigaram, mas nós não caminhamos, os partidos foram tirados. Fizeram essa imposição e eu não caminhei com os partidos de esquerda.
Porém, no momento que o país tinha uma onda de conservadorismo muito grande, eu acabei sendo levado a acreditar que eu estava caminhando com os partidos de esquerda e isso me prejudicou muito, me tirou a eleição. Nessa eleição, estou no partido aonde eu decido e a aliança com os partidos de esquerda nós não faremos. Porém, todo aquele que queira o melhor para Manaus, pode ser de direita, de esquerda, de centro, vamos apresentar as soluções para os problemas da cidade de Manaus. E é isso que nós queremos, pessoas de todos os partidos, de todas as ideologias, de todos os pensamentos. As pessoas são bem-vindas. Eu não vou compactuar nem vou fazer aliança com as agremiações partidárias que tenham essa tendência de esquerda.
EP – As pesquisas têm apontado o senhor disputando a liderança com o ex-governador, ex-prefeito, Amazonino Mendes, figura com quem o senhor já disputou o último pleito também. Qual a diferença entre o senhor e ele?
DA – Eu tenho o maior respeito pelo ex-governador Amazonino. Não vou deixar de respeitá-lo. Tenho até gratidão pelo que ele já fez pelo Amazonas, foi três vezes prefeito, quatro vezes governador. O que um governante precisa para mudar a realidade de seu estado, da sua cidade? Ele precisa de tempo, dinheiro e apoio político. E, no meu ver, o Amazonino já teve todo tempo, todo dinheiro e todo o apoio político necessário para mudar a cidade de Manaus. E eu não vejo ele em condições, nesse momento, devido exatamente às questões de saúde, idade avançada, para resolver os problemas da cidade de Manaus. E eu acredito que ele já teve oportunidade de fazer, ele merece o nosso respeito a nossa gratidão, mas eu não vejo ele com uma pessoa capaz de resolver os problemas atuais.
A prefeitura atual precisa de um prefeito presente, atuante em que ele possa estar à frente efetivamente da prefeitura sem terceirizar prefeitura. Como assim? Os serviços da prefeitura são quase todos terceirizados, os maiores são terceirizados. Eu já falei aqui anteriormente, luz, água, transporte coletivo, merenda escolar, lixo, tudo é terceirizado. Nós não podemos terceirizar a prefeitura. O Amazonino tem um grupo que está ao redor dele em que o Amazonino muita das vezes ele fica recluso na sua residência, até devido às suas fragilidades, os problemas que nós estamos enfrentando, uma pandemia, isso é natural para ele. E aí vai delegar a prefeitura a terceiros? Isso não pode acontecer na cidade de Manaus, é contra isso que eu estou lutando.
Todo o meu respeito a ele, mas não vejo nele, no momento, aquele gestor que possa resolver os problemas da cidade de Manaus. Voto tem consequência. Eu estou pregando muito isso, o meu respeito a ele e eu espero debater esses assuntos na eleição com ele e os demais candidatos. Todos têm chances, todos têm possibilidade de vitória, mas eu quero ter a oportunidade de debater todos esses assuntos.
EP – O senhor diz que na oportunidade que teve de assumir o Executivo estadual pôde constatar que alguns problemas podem ser resolvidos com vontade política. Só que mesmo assim ,a gente vê que cinco meses parece pouco tempo para dar experiência necessária no Executivo. Em cinco meses, o senhor adquiriu experiência suficiente para liderar o Executivo?
DA – Eu já tive dois cargos executivos. Fui presidente da Assembleia, coordenador de despesa, e chefe do Poder Executivo, governador interino por… vamos colocar cinco meses, 144 dias.Naquele momento tinha três anos sem as promoções da polícia, uma eminente greve da polícia, a arrecadação estava diminuindo, nós tínhamos aprovado um aumento na carga tributária. Nós aprovamos o imposto, porque eu fui convencido de que se não aprovássemos aquele imposto de 2% sob o combustível, 2% sob derivados e concentrados de refrigerante, nós não teríamos dinheiro para pagar o funcionalismo público no final do ano, e foi aprovado isso em março e maio eu assumi o governo. E todo mundo dizia que não tinha dinheiro para polícia, para educação, não tinha dinheiro para segurança, não tinha dinheiro para fazer obra, os fornecedores todos atrasados,
E eu precisei de 10 dias para jogar por terra todo esse discurso. Como não pode? Em 10 dias eu comecei a ver a realidade do Estado. Até aquele momento se promoviam 300 policiais por ano na Polícia Militar. Em 144 dias eu promovi 3.783. Vamos fazer a conta. Eu promovi mais policiais do que governadores em mandatos inteiros, então eu fiz mais do que governadores de mandatos inteiros.
Se você pegar da redemocratização para cá não teve, de todos os governadores para cá, eles não pagaram, não reconheceram os professores, o valor do professor, pagando professor com o que é do professor com relação ao Fundeb, ao abono salarial. O que eu paguei para os professores é superior a todos os governadores juntos.
Na Polícia Militar, eu promovi mais policiais do que todos.
Quando eu assumi tinha 100 mil pessoas esperando por uma consulta, um exame, uma cirurgia. Nós zeramos essas consultas, cirurgias e exames. Só no Delphina Aziz, eu fiz 35 mil exames lavrados em São Paulo e Fortaleza. Nós abrimos 11 centros cirúrgicos, 112 leitos e vinte UTIs. E aí o que que aconteceu? Quando eu saí, fecharam os 112 leitos, as 20 UTIs, os 11 centros cirúrgicos e não fizeram mais exames de imagem, a fila começou a brincar novamente.
Então, em cinco meses eu fui capaz de fazer isso, inclusive aquele imposto que nós aprovamos em março, em setembro eu mandei revogar. Porque nós demos uma dinâmica ao governo, nós tornamos o governo dinâmico.
Na infraestrutura eu dei ordem de serviço em várias frentes de trabalho, asfaltamos estradas, ramais, pagamos os fornecedores, nós aumentamos arrecadação. Em setembro (de 2017) foi a maior arrecadação da história de todos os tempos, superamos até a Copa do Mundo (de 2014). Então se eu tive oportunidade de fazer no momento adverso, fazer com que o Estado se recuperasse, tanto da sua arrecadação, na saúde, resultados expressivos na educação, na segurança, na infraestrutura, na produção rural, pela primeira vez liberamos um plantio de soja depois de 62 anos o Amazonas ficou livre da febre aftosa… Então, tenho muita essa experiência e essa experiência de 4 a 5 meses que eu tive que eu preciso ter na Prefeitura de Manaus em 4 anos.
Se foi possível fazer tanto em tão pouco tempo, imagine o que se pode fazer em quatro anos. Repetindo, o governante precisa de tempo, dinheiro e apoio político. É a oportunidade que eu quero para cidade de Manaus, que eu vou pedir a população a partir da convenção, mostrando para ela que é possível se viver numa cidade melhor, da mesma forma que eu fiz na Assembleia.
Então, eu tenho experiência na adversidade porque eu cresci na adversidade, eu fui eleito na adversidade e eu vou trabalhar justamente isso, de ser um gestor, de mostrar qualidade na gestão e eficiência nos serviços públicos para pedir uma oportunidade para a população de Manaus. Se foi possível fazer em pouco tempo tanto, agora eu quero uma oportunidade para ter tempo de fazer muito mais.
EP – O senhor falou dos impactos que aquela onda conservadora da eleição passada teve na sua candidatura, até por conta da relação com os partidos de esquerda. O senhor acredita que a eleição municipal desse ano ainda vai estar contaminada por esses temas de costumes. Tem pré-candidatos que ainda estão apostando nisso e até buscando colar suas imagens à imagem do presidente Jair Bolsonaro. Como é que o senhor vê esse cenário?
DA – A eleição municipal é mais próxima aqui do eleitor. O eleitor quer ver mais efetivamente mudanças, né? Se você olhar os eleitores do presidente Bolsonaro tem uma boa condição aqui em Manaus de aceitação, inclusive, eu fui eleitor dele, não disse para ninguém, até porque os ideais que ele defende eu defendo desde que nasci por ser protestante (e agora chamam a gente de evangélico).
Então, eu tenho esse esse olhar, essa referência. Na minha casa, quando você chegou aqui, a minha casa tem a bandeira do Brasil e do Amazonas, tudo isso eu defendo. E eu vejo o seguinte, os eleitores do Bolsonaro, acho que 70% são evangélicos. Eu sou evangélico desde que eu nasci. Então, esse negócio de dizer que está com presidente Bolsonaro e só dizer que está com o presidente Bolsonaro sem ter experiência, sem ter feito algo que pudesse ser como referência, sem ter ideias, sem ter propostas, sem ter uma condição de efetivamente mudar, ele não vai convencer o povo. É um conjunto de situações que vai eleger o próximo prefeito de Manaus. Eu acredito que hoje muitas dessas boas possibilidades podem fazer com que o eleitor possa se decidir pela candidatura do Avante.
Foto: Raphael Alves/TJ-AM
O David Almeida, tem capacidade de administrar muito bem a cidade de Manaus!