MANAUS – O comandante-geral da Polícia Militar do Amazonas, coronel Ayrton Norte, disse que as denúncias de abuso de autoridade de policiais feitas por por moradores de Nova Olinda do Norte ao Ministério Público Federal (MPF) são “factoides”. A declaração foi dada nesta terça-feira (11) ao site Amazonas Atual.
“O Ministério Público está fazendo o papel de fiscal da lei e nós estamos prontos para esclarecer qualquer dúvida. No mais, o que eu entendo que está acontecendo são factoides, são informações que estão chegando desencontradas, mas nós temos as verdadeiras operações que estão sendo passadas para os órgãos de controle e fiscalização”, disse.
Norte disse que os policiais estão “interessados em capturar um bando criminoso que trabalha naquela área, que mexe com plantio de drogas, mineração, todo tipo de crime ambiental e tem preocupado a população”. “Nosso interesse maior é de estar ali para assegurar a vida das pessoas e aplicar a lei”, completou.
Na quinta-feira (6), o MPF pediu à Justiça Federal que a Polícia Federal (PF) investigue possíveis ilegalidades na operação da Polícia Militar na região do rio Abacaxis, após a morte de dois policiais militares.
O MPF tem competência para atuar, pois a região possui Terras Indígenas.
Entre os relatos feitos ao MPF estão a ocorrência de invasão das casas dos comunitários, sem qualquer autorização ou mandado judicial, apreensão de telefones celulares usados para registrar os abusos, uso desproporcional de armas de fogo para intimidar os moradores, inclusive idosos e crianças, e a restrição de circulação no rio Abacaxis, impossibilitando o envio de alimentos e mantimentos e o socorro aos feridos pelas ações da Polícia Militar.
Houve ainda o relato de condução ilegal e tortura contra liderança da Associação Nova Esperança do Rio Abacaxis, representativa dos ribeirinhos e assentados extrativistas do local.
Ao MPF, a Secretaria de Estado de Segurança (SSP) garantiu que a operação tem por objetivo de combater o tráfico.
Dias antes da deflagração da operação, houve uma confusão na região, como narra o MPF em texo à imprensa, “um conflito grave com os comunitários, por conta do uso do rio Abacaxis para pesca esportiva sem licença ambiental, e culminou em suposto atentado contra um dos tripulantes, o secretário-executivo de Estado Saulo Resende”.
A operação, posterior a esse fato e com abordagens de policiais não identificados, segundo o MPF, “causou pânico em todas as comunidades e aldeias pensando se tratar de ato privado de vingança”.
Como saldo da operação, que até agora envolveu um efetivo de cerca de 40 homens, a SSP divulgou nesta terça-feira (11) que encontrou quatro plantações de maconha.