MANAUS – Contrário à decisão da volta das aulas presenciais na rede estadual de ensino a partir do dia 10 de agosto, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) informou nesta quinta-feira (30) que vai ingressar com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) para barrar a decisão do governo.
A medida tem o objetivo de garantir que as aulas continuem acontecendo à distância. O temor do sindicato é que haja uma onda de contaminação em massa nas escolas pelo novo coronavírus com a aglomeração de estudantes.
A rede pública estadual de ensino tem, de acordo com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) divulgados pelo Sinteam, 445.876 alunos.
No dia 10 de julho, o sindicato pediu ajuda ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM) para intervir junto ao governo e prefeitura com a finalidade de adiar o retorno das aulas presenciais. O Sinteam também pediu que o MP-AM interviesse para garantir o cumprimento de protocolos de proteção determinados pelos órgãos competentes. Conforme o sindicato, ainda não houve resposta.
“Não tem teste para trabalhadores nem para estudantes, as salas de aulas têm, em média 50 alunos, não têm janelas, não há higienização dos aparelhos de ar condicionado. Não tem remédio ou vacina e não conhecemos o comportamento desse vírus. É melhor prevenir do que remediar”, afirma a presidente do Sinteam, Ana Cristina Rodrigues.
A sindicalista afirma que além de não ter estrutura para garantir a segurança sanitária, o Governo do Estado “está preocupado apenas com o cumprimento de prazo, índices e metas do Ministério da Educação e esquece a saúde mental dos trabalhadores”.
“Tivemos que trabalhar além do horário, mesmo doentes, atendendo familiares doentes e às vezes de luto. Os trabalhadores estão com medo de voltar porque sabem que não há segurança”, disse a presidente.