MANAUS – O prefeito Arthur Neto (PSDB) sugeriu publicamente a exoneração dos atuais ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da Saúde, General Pazuello (interino há mais de dois meses).
No Twitter, o prefeito da capital amazonense escreveu nesta sexta-feira (17) que “Ricardo Salles perdeu todas as condições de permanecer no Ministério do Meio Ambiente”. “Problema a ser solucionado”, sentenciou.
Pazuello, segundo Arthur, é “um bom amigo” e “excelente em logística”, mas está “desgastado” no Ministério da Saúde. “Deveria retomar sua brilhante carreira militar”, escreveu.
Desgastes
Desde que assumiu o MS interinamente, Pazuello está há mais tempo na pasta que o último titular, Nelson Teich, que ficou menos de um mês no cargo, tendo saído no dia 15 de maio. Desde então, o número de mortes por Covid-19 e de infectados disparou exponencialmente.
Até o dia 15 de maio, foram contabilizadas 14.962 mortes provocadas pela Covid-19 e 220.291 casos confirmados da doença em todo o País.
Até esta sexta-feira, já eram 2.048.697 de casos confirmados e 77.932 mortes pela doença – quase dez vezes mais infectados e cinco vezes mais mortes em apenas dois meses.
Já o desgaste de Salles aumentou desde que investidores internacionais ameaçaram, no fim de junho, deixar o Brasil por causa da política ambiental. O vice-presidente Mourão (PRTB) teve que ser acionado para atuar como “bombeiro” e evitar a debandada.
Salles seguia forte no cargo, mesmo com aumento recorde dos incêndios e desmatamento na Amazônia em 2019, e com desmobilização do Ibama e Inpe com demissões. Até fala dele sobre “passar a boiada” na legislação ambiental (dita na reunião ministerial de abril que veio a público) não abalou sua posição junto a Jair Bolsonaro (sem partido). Mas a declaração repercutiu muito mal internacionalmente e culminou na sinalização dos investidores.