MANAUS – Uma operação foi deflagrada nesta sexta-feira (17) em Bertioga (SP) para investigar um contrato firmado pela ex-secretária de Saúde do Amazonas (Susam) Simone Papaiz, assinado enquanto ela esteve à frente da Secretaria de Saúde do município paulista, no início deste ano.
O objetivo é apurar supostas irregularidades em contrato de R$ 483,3 mil fechado entre a Prefeitura de Bertioga e a empresa Portela Mercantil e Prestação de Serviços – Contrato Emergencial de Prestação de Serviços nº 01/2020 (Processo Administrativo nº 2919/2020) – para locação de equipamentos hospitalares para implantação de 10 leitos de UTI adulto na cidade, assinado por Papaiz antes dela deixar o cargo para assumir a Susam.
A operação foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e pela Polícia Civil.
Papaiz foi presa temporariamente, no dia 30 de junho, em Manaus, pela Polícia Federal durante a operação Sangria, que investiga supostas irregularidades na compra de respiradores pela Susam. Ela foi solta no dia 6 deste mês, quando pediu exoneração da Susam.
O Ministério Público informou em nota que as apurações identificaram vínculos entre as empresas envolvidas no processo administrativo e na execução do contrato investigado “confusão societária, vínculos empregatícios e propriedade dos equipamentos hospitalares fornecidos”.
Conforme os promotores, as relações indicam “eventual conluio’ entre as companhias, com a finalidade de fraudar a contratação pelo órgão público”.
“Além disso, há suspeita que as empresas investigadas obtêm, no mercado clandestino, equipamentos médicos velhos e descontinuados, alguns até fora de uso. Eles recebem adaptações totalmente à revelia dos respectivos fabricantes, de modo que parte destes equipamentos acaba se mostrando inservível. Outros equipamentos, embora aparentemente funcionais, podem estar funcionando de maneira inadequada, colocando em risco, inclusive, a vida das pessoas que venham a fazer uso deles”, registra a nota do MP-SP.
Doze promotores e 60 policiais civis dão cumprimento a 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de Bertioga, Santo André, Mogi das Cruzes, Suzano e São Paulo.
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