MANAUS – A Comissão Especial do impeachment da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM) transferiu para terça-feira (14) a eleição do seu presidente e relator.
A decisão foi tomada nesta sexta-feira, 10, durante reunião dos membros.
O motivo foi a identificação de um erro durante a votação para homologar os nomes dos membros da comissão, na quinta-feira (9).
Segundo os deputados, a votação da homologação, conduzida pela vice-presidente da ALE-AM, Alessandra Campêlo (MDB), pode ter ocorrido sem o quórum mínimo de 13 deputados.
Por conta da falha, descoberta somente após a votação, ao serem revisados os vídeos da sessão, os deputados decidiram repetir a votação, na próxima terça.
A homologação dos nomes é condição para o passo seguinte do rito, que é a reunião onde serão eleitos presidente e relator.
Manobras e articulações
O problema de quórum na sessão de quinta-feira ocorreu depois da oposição articular o esvaziamento do plenário.
O objetivo era impedir uma votação anterior, em que a base articulava inserir como membro da Comissão Especial o deputado Cabo Maciel, do PL, em uma das vagas destinadas ao Progressistas.
Apesar da tentativa da oposição, a base acabou conseguindo o quórum suficiente para esta votação e aprovou por 13 votos o ingresso de Maciel na Comissão Especial.
Desta forma, na terça-feira, os deputados repetirão apenas a votação para homologar os nomes indicados pelos blocos partidários.
Domínio da base
Dos 17 membros, pelo menos 12 estão alinhados à base do governo Wilson Lima (PSC) e Carlos Almeida Filho (PRTB).
Os nomes que vão compor a comissão são: Fausto Jr. (PRTB), Delegado Péricles (PSL), Felipe Souza (Patriotas), Therezinha Ruiz (PSDB), João Luiz (Republicanos), Alessandra Campêlo (MDB), Dr. Gomes (PSC), Saullo Vianna (PTB), Belarmino Lins (PP), Dermilson Chagas (Podemos), Wilker Barreto (Podemos), Roberto Cidade (PV), Carlinhos Bessa (PV), Adjuto Afonso (PDT), Sinésio Campos (PT), Joana Darc (PL) e Cabo Maciel (PL).
Eleição e rito
Nesta sexta-feira (10), os integrantes da comissão se reúnem para eleger presidente e vice. A reunião será realizada na ALE-AM, às 9h.
Definidos presidente e relator, a comissão abrirá prazo (de 10 dias) para que governador e vice apresentem suas defesas.
A comissão tem dez dias para elaborar um parecer, que pode ser favorável ou contra a admissibilidade das denúncias contra Wilson e Carlos Almeida.
Uma vez emitido o parecer (contrário ou a favor das denúncias), o documento será votado em plenário.
Para admitir ou não as denúncias, são necessários, no mínimo, 13 dos 24 votos possíveis do deputados que integram a ALE-AM.
Foto: José Zamith