MANAUS – Presa durante a operação Sangria, a ex-secretária Simone Papaiz divulgou nota negando irregularidades no período em que esteve à frente da Secretaria de Estado de Saúde (Susam). A ex-secretária afirmou que “sempre agiu de forma técnica e responderá pelos seus atos enquanto no exercício do seu mandato”.
Na nota, assinada pela advogada Catharina Estrella, que disponibilizou o documento ao ESTADO POLÍTICO, Simone ressalta que não era secretária à época da aquisição dos 28 respiradores que é alvo da investigação e que “não assinou qualquer documento referente a este processo, portanto, não assume esta responsabilidade”.
Simone ressaltou que assumiu a Susam no pior mês da pandemia e estava focada em ampliar o atendimento à população, assim ela justifica que os atrasos no encaminhamento de documentos aos órgãos de fiscalização não foram intencionais. A nota lembra ainda que a ex-secretária foi diagnosticada com Covid-19 e precisou ficar em isolamento, o que a impediu de frequentar a sede da Susam, em Manaus.
Ao informar sobre os motivos que a levaram a pedir exoneração, a ex-secretária afirma que se sentiu “extremamente injustiçada” e que agora precisa se dedicar a sua defesa.
Carta a Wilson
No pedido de exoneração apresentado ao governador Wilson Lima (PSC), com data de segunda-feira (6), Papaiz se disse abalada e decepcionada com o fato de ter sido presa, “sabendo que eu não tinha qualquer responsabilidade sob os documentos assinados anteriormente a minha nomeação, de modo que estou abalada e me sentido injustiçada”.
Ela afirmou que está à disposição dos órgãos de controle e da Justiça para prestar esclarecimentos. E agradeceu o governador pela oportunidade.
“(…) deixo o cargo com a convicção de que todos os esforços no período da pandemia foram utilizados para apresentar respostas de ampliação da assistência do sistema de saúde e com isso recuperar e salvar muitas vidas”, escreveu.
Cronologia
Simone Papaiz foi apresentada como nova secretária da Susam, no lugar de Rodrigo Tobias, no dia 8 de abril.
À época, quando vieram à tona processos judiciais pelos quais Simone respondeu em São Paulo, de onde é oriunda, o governo divulgou nota fazendo uma defesa pública da secretária, a qual teria uma “trajetória idônea” e que não havia sido condenada em nenhuma das ações na Justiça paulista.
Após a deflagração da operação Apneia, pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM), em 10 de junho, para investigar supostas irregularidades na aquisição de 28 ventiladores mecânicos pela Susam, Simone negou superfaturamento.
No dia 30 de junho, ela foi uma das pessoas presas pela operação Sangria, deflagrada pela Polícia Federal para investigar a compra dos respiradores.
A prisão foi autorizada pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob a justificativa de que à frente da Susam ela dificultou a apuração do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM).
Simone deixou o Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF) na madrugada do último domingo (5). Na tarde do dia seguinte, o governo anunciou a exoneração dela.
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