MANAUS – O presidente do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), conselheiro Mário Mello, repudiou o fato de que mais de 12 mil servidores públicos receberam parcelas do Auxílio Emergencial criado pelo governo federal para mitigar o impacto econômico da pandemia entre a população mais pobre.
O caso foi revelado pelo TCE-AM nesta sexta-feira (3).
A destinação irregular somou R$ 8,9 milhões de um total de R$ 600 milhões distribuídos no Estado, em maio.
Mello disse que o TCE-AM encaminhará a lista de possíveis fraudadores ao governo federal e que o tribunal levará a questão às últimas consequências.
Ele orientou que aqueles que porventura “viram” esse benefício de R$ 600 cair na conta e que não têm direito ao dinheiro a devolverem.
Confira abaixo a declaração do conselheiro e, no fim da matéria, o vídeo.
A declaração
É lamentável tudo isso que estamos vivendo: pessoas, funcionários públicos que estão se locupletando de recursos que não tinham direito, no momento em que estamos precisando de tanta solidariedade, de tanta seriedade, pessoas morrendo.
E o governo federal faz essa ajuda e as pessoas desviam de forma completamente imoral e criam uma situação desta que estamos vivendo no Brasil.
O Tribunal de Contas detectou através da equipe técnica, com a ajuda da CGU (Controladoria Geral da União), mais de 12 mil pessoas que se locupletaram desses recursos, sem ter direito desse recurso emergencial. Isso é uma afronta muito grande no momento em que estamos vivendo.
Eu aconselho a quem viu que esse dinheiro caiu na conta e que não era para receber que devolva, porque nós estamos mandando a relação para o governo federal e as providências todas serão tomadas.
A minha indignação é muito grande quando vejo pessoas que não precisam estarem tirando de quem precisa nesse momento tão difícil.
Fica aqui o nosso repúdio e quero dizer que o Tribunal de Contas cumpriu a parte dele e vai levar isso até às últimas consequências.