MANAUS – O senador Eduardo Braga (MDB) defendeu neste sábado (27) que o Governo do Estado construa um plano estratégico para não perder futuros empreendimentos na indústria de óleo e gás. A ideia é mostrar ao mercado financeiro a importância de atrair investimentos nacionais e internacionais para a bacia produtiva de Urucu. A reserva foi colocada à venda pela Petrobras nesta sexta-feira (26).
Para Braga, com a saída da petrolífera do Amazonas, o Estado precisa se mostrar mais atrativo para futuros investidores, “sob pena de não termos investimentos” na indústria de óleo e gás, que representa um percentual significativo no Produto Interno Bruto (PIB) estadual.
O senador afirma que processo de desinvestimento da Petrobras no Amazonas começou em 2010, com a venda da operação do gasoduto Urucu-Manaus, hoje administrada pela empresa francesa Engie.
A petrolífera também colocou à venda, no ano passado, a Refinaria de Manaus (Reman) Isaac Sabbá, que Braga considera ser um dos mais importantes patrimônios na macroeconomia do Estado.
“E, agora, não é surpresa, anuncia que está vendendo toda a bacia produtiva gasífera, que envolve Urucu e obviamente as suas reservas de gás no Estado”, disse Braga.
O senador disse que a falta de investimento da Petrobras no Amazonas deixou a Reman desatualizada tecnologicamente e que, atualmente, está fazendo com que o petróleo que produzido em Urucu – que é um produto leve e de alta qualidade – seja levado para ser refinado na Bahia.
“Enquanto isso, dois grupos empresariais do setor importam derivados de petróleo de Houston, Georgetown, Kuwait e Iraque e vendem aqui no Amazonas. Mas essa operação é ruim para a geração de emprego, renda e o arranjo macroeconômico”, observou.
“A defasagem tecnológica da nossa refinaria é um problema que precisa ser equacionada rapidamente. E a Petrobras não vai mais investir aqui. O pré-sal ficou grande demais em relação a operação da companhia na Amazônia. Então, o que a Petrobras estabeleceu? A minha prioridade é o pré-sal e não mais a exploração continental. A Petrobras está se especializando em empresa de exploração de águas profundas”, finalizou.
Ao colocar os campos do Polo de Urucu à venda, a Petrobras informou que a medida faz parte de uma nova estratégia, para otimizar portifólio e melhorar a alocação do capital da companhia.
A empresa ressaltou que vai concentrar investimentos em ativos que geram mais retorno e “nos quais a companhia vem demonstrando grande diferencial competitivo ao longo dos anos”, como os campos do pré-sal.
Tais iniciativas, justificou a Petrobras, também deverão contribuir para a redução do seu endividamento.
Procurado, o Governo do Estado ainda não se manifestou sobre a decisão da empresa.
A Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) informou neste sábado que o secretário Alex Del Giglio está estudando o impacto da decisão da empresa e que deve se manifestar oficialmente na próxima segunda-feira (29).