MANAUS – Maior contribuidora de impostos no Amazonas, a Petróleo Brasileiro S.A (Petrobras) deu o pontapé inicial para deixar o Estado ao fazer o anúncio público do interesse em vender os campos terrestres da Bacia de Solimões, o Polo de Urucu, que abrange os campos de petróleo e gás de Arara Azul, Araracanga, Leste do Urucu, Rio Urucu, Sudoeste Urucu, Cupiuba e Carapanaúba.
O polo localizado no Amazonas é a maior reserva terrestre de petróleo e gás natural encontrada no Brasil até agora.
A empresa lançou no seu site um “teaser” detalhando a oportunidade de venda aos interessados e os critérios de elegibilidade para seleção de potenciais participantes.
Além das concessões e suas instalações de produção, estão incluídos na transação as unidades de processamento da produção de petróleo e gás natural e instalações logísticas de suporte à produção.
Não foi estabelecida uma oferta mínima.
As empresas interessadas deverão atender aos requisitos de operador em área remota, conforme exigência da Agência Nacional do Petróleo (ANP), além de todas as licenças operacionais e condicionantes ambientais requeridos.
Também devem ter patrimônio líquido mínimo de R$ 76 milhões para serem aprovadas para a disputa.
O processo de passagem de operação para o novo concessionário também prevê medidas para que não ocorra descontinuidade no fornecimento de gás natural, petróleo e GLP, com a garantia da continuidade operacional e de manutenção do ativo.
Nova estratégia
Em nota, a empresa destacou que a operação “está alinhada à estratégia de otimização de portfólio e melhoria de alocação do capital da companhia”.
Em publicação no site da Agência Petrobras, a empresa defende ainda que essas iniciativas deverão contribuir para a redução do seu endividamento, “que ainda é elevado quando comparado com a de seus pares”.
A Petrobras afirma que a entrada de novas empresas no segmento de óleo e gás nos campos terrestres do Amazonas irá alavancar o desenvolvimento da região não somente pelo potencial aumento de produção e reservas, mas também pelo consequente aquecimento de toda a cadeia de serviços relacionada à atividade de exploração e produção.
“Um exemplo positivo da entrada de novos atores no setor de óleo e gás, foi a venda em 2019 do campo de Azulão, na Bacia do Amazonas, que tem resultado em investimentos para viabilizar a produção de gás e geração de energia com o consequente aquecimento da economia local”, destaca, na publicação.
A Petrobras diz que vai concentrar investimentos em ativos que geram mais retorno e nos quais a companhia vem demonstrando grande diferencial competitivo ao longo dos anos, como os campos do pré-sal. Enquanto isso, outras empresas, afirma, podem investir em outras áreas, proporcionando maior dinamismo ao setor de óleo e gás.
“O estado do Amazonas já possui um setor diversificado com diferentes atores além da Petrobras atuando na geração de energia”, observa.
Sem demissões
Conforme a petrolífera de capital misto, o processo de desinvestimento dos campos não prevê demissões de empregados. “Todos serão realocados para outras unidades organizacionais da companhia”, garante.
“As transferências levarão em conta a melhor adequação entre os perfis dos empregados e as atividades e processos nas lotações disponíveis. Caso haja interesse, outra opção é a adesão ao Plano de Desligamento Voluntário (PDV) específico, conforme prevê o plano de pessoal para gestão de portfólio”, informou.
Polo Urucu
O Polo Urucu compreende sete concessões de produção (Araracanga, Arara Azul, Carapanaúba, Cupiúba, Leste do Urucu, Rio Urucu, Sudoeste Urucu), todas localizadas no estado do Amazonas, nos municípios de Tefé e Coari, ocupando uma área de aproximadamente 350 km².
No primeiro trimestre de 2020, a produção média do polo foi de 106.353 boed, sendo 16.525 bpd de óleo e condensado, 14.281 Mm³/d de gás e 1.150 toneladas por dia de GLP.
A Província Petrolífera de Urucu tem 34 anos desde que foi descoberta. Trata-se da maior reserva provada terrestre de petróleo e gás natural do Brasil.
Conta com um conjunto de dutos que possibilitam o escoamento da nossa produção.
Desde 2009, o gasoduto Urucu-Coari-Manaus opera interligando a província à capital, totalizando 663 quilômetros de extensão. O gasoduto tem capacidade de transportar até 5,5 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural, desde Urucu até Manaus.
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