MANAUS – Único membro da base do Governo do Amazonas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, o líder do PSC na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM), deputado estadual Dr. Gomes, ameaçou nesta sexta-feira (26) deixar a comissão.
O motivo foi a recusa dos demais membros da CPI, todos da oposição, em aprovar um requerimento dele em que se pedia uma cópia do atestado médico que mantém de licença o servidor da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), Caio Henrique Faustino da Silva.
“O que estou fazendo aqui? Isso é um massacre”, reclamou Gomes.
Caio Henrique atuou no setor de projetos básicos da Susam durante a compra dos 29 ventiladores da FJAP. A CPI da Saúde investiga se a compra foi superfaturada e direcionada para a empresa. Durante seu depoimento na comissão, dia 16, o servidor público fez graves acusações que corroboram com as suspeitas sobre o negócio.
Durante seu depoimento, Caio Henrique disse que se encontrava de licença médica da Susam. E indicou que o afastamento médico era fruto do excesso de trabalho e pressão que sofreu durante o período que coordenou o setor de projetos da secretaria.
Segundo Gomes, sua intenção, ao pedir uma cópia do atestado médico, seria proteger o depoente. O deputado lembrou do risco que a comissão correu ao tomar depoimento de uma testemunha que se declarou “doente psiquiátrico”.
Os demais deputados da CPI votaram contra. Wilker Barreto (Podemos) interpretou o pedido de Gomes como uma tentativa de desqualificar o depoimento de Caio.
A CPI da Saúde é formada pelos deputados Wilker Barreto (Podemos), Delegado Péricles (PSL), Fausto Jr. (PRTB), Serafim Corrêa (PSB) e Dr. Gomes (PSC). Os quatro primeiros são da bancada de oposição. Gomes é líder do PSC, partido do governador Wilson Lima (PSC).
Foto: José Zamith