MANAUS – Acossados nas redes sociais e Internet, os deputados estaduais do PP na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM) desistiram do processo na Justiça em que questionam a escolha dos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde na Casa.
Na semana passada, os parlamentares conseguiram uma decisão na Justiça que obriga a ALE-AM a explicar a escolha dos membros da CPI. Enquanto isso, os trabalhos da comissão ficam paralisados. Desde então, segundo os deputados, eles vêm sendo alvos de críticas e fake news.
Segundo os parlamentares, perfis falsos e blogs distorceram a decisão. Eles ressaltaram que o que questionaram na Justiça foi a escolha dos membros, não a legitimidade da CPI, que dizem apoiar.
A primeira a manifestar desinteresse na questão foi a deputada Mayara Pinheiro. Ela foi indicada pelo partido para integrar a CPI, mas não teve o nome mantido como membro titular pelo presidente da Casa, Josué Neto (PRTB).
Mayara disse que mesmo que a Justiça entenda que o PP tem direito a uma vaga na CPI, ela não tem interesse em integrar a comissão, e pediu que o partido indicasse outro colega.
“Eu queria aqui falar de forma muito tranquila para a população amazonense que eu não tenho mais interesse em participar da CPI da Saúde como membro titular. Agradeço a indicação pelo meu partido, mas abro mão. Paralisar os trabalhos da CPI não é a melhor forma. Abro mão de fazer parte da CPI”, disse Mayara durante discurso.
Com a desistência de Mayara, o líder do PP na ALE-AM, Belarmino Lins, informou que indicaria Álvaro Campêlo.
Durante a fala de Belamino, Álvaro pediu a palavra e anunciou que também não tem interesse em ser membro da CPI, e sugeriu que o líder do partido ocupasse o posto, caso a Justiça acolha o pedido da sigla.
“Eu quero me solidarizar a deputada Mayara, que foi vítima de ataques pessoais e informar que também não tenho interesse em compor a CPI. Agradeço a indicação do deputado Belarmino, mas na condição de vice-líder do governo não quero que fique nenhuma dúvida de que quero atrapalhar as investigações”, falou Álvaro.
Com a recusa de Álvaro e Mayara, Belarmino disse então que o pedido do PP à Justiça perde o objeto, e que a partir de agora a sigla não tem mais interesse em integrar a CPI.
“O partido Progressistas não foi, não é e não será contra a CPI da Saúde. Na petição do PP não pedimos a suspensão da CPI e sim pedimos pelo direito de participar da CPI. O Progressistas então desiste da reclamação para que a CPI possa seguir”, declarou Belarmino.
Antes da decisão a favor do PP, a Justiça já tinha suspendido os trabalhos da CPI, dessa vez por uma ação movida pelo deputado Felipe Souza, do Patriotas. O motivo é o mesmo. O parlamentar entende que ele deveria integrar a comissão.
Felipe também reclama que tem sido alvo de fake news desde a decisão. Ele afirma que não é contra a CPI. Mas sim à forma como o presidente da ALE-AM escolheu seus membros.
A CPI da Saúde é formada pelos deputados Wilker Barreto (Podemos), Delegado Péricles (PSL), Fausto Jr. (PRTB), Serafim Corrêa (PSB) e Dr. Gomes (PSC). Os quatro primeiros são da bancada de oposição. Gomes é líder do PSC, partido do governador Wilson Lima (PSC).
Oficialmente, o objeto da comissão é investigar atos no período dos governos Omar Aziz (PSD), José Melo, David Almeida (Avante), Amazonino Mendes (Podemos) e Wilson Lima (PSC).
Os trabalhos da CPI iniciaram no dia 26 de maio. Até aqui, os parlamentares concentram-se na gestão de Wilson Lima. Mas especificamente nos gastos relacionados ao enfrentamento da pandemia provocada pelo novo coronavírus.