Da Redação |
Em um evento realizado pelo Partido Liberal (PL) nesta quinta-feira (20), o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro afirmou não se importar com a possibilidade de ser preso, após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito de uma investigação que o aponta como o líder de uma trama golpista no país. A declaração ocorre dois dias após a PGR denunciar 34 pessoas, incluindo o ex-mandatário.
“O tempo todo isso de vamos prender Bolsonaro. Eu caguei para prisão”, declarou Bolsonaro durante o Seminário Nacional de Comunicação do PL, em tom de desafio. O ex-presidente, que está sob investigação por supostamente articular um golpe após sua derrota nas eleições de 2022, buscou se defender das acusações, afirmando estar com a “consciência tranquila”.
Na terça-feira (18), a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Bolsonaro e mais 33 pessoas ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa, na tentativa de impedir o terceiro mandato do presidente Lula.
A defesa de Bolsonaro nega as acusações e afirma que o ex-presidente “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”. As acusações da procuradoria estão baseadas no inquérito da Polícia Federal (PF).
De acordo com a denúncia apresentada pela PGR ao STF, Bolsonaro não apenas sabia como concordou com o planejamento e a execução de ações para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
De acordo com procurador-geral da República, Paulo Gonet, o plano intitulado “Punhal Verde Amarelo” foi arquitetado e levado ao conhecimento do então presidente da República, “que a ele anuiu, ao tempo em que era divulgado relatório em que o Ministério da Defesa se via na contingência de reconhecer a inexistência de detecção de fraude nas eleições”.
As acusações envolvem militares, entre eles Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, e Mauro Cid, ajudante de ordens de entre presidente Jair Bolsonaro.
A denúncia da PGR ressalta ainda que outros planos foram encontrados em posse dos denunciados. Um deles se encerrava com a frase: “Lula não sobe a rampa”.
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